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9 DE OUTUBRO DE 2014

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processo que está, ao sabor dos interesses dos grupos económicos, a conduzir, de facto, ao

desmantelamento de uma empresa com a importância da PT.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, começo por agradecer ao Sr. Deputado João Oliveira a

questão que colocou e por concordar com a nota que fez sobre o silêncio das bancadas da direita

relativamente a esta matéria. O silêncio não sei se é aceitável, mas é compreensível! A PT é, hoje, a

materialização de tudo aquilo que fomos dizendo que ia acontecer. Quantas vezes dissemos que isto ia

acontecer?!

Quando se privatizam sectores estratégicos, perde-se a capacidade de decidir o que é que acontece a

estas empresas. Avisámos, durante anos, que isto ia acontecer.

Vendem-se golden shares, diga-se, sem nenhum motivo, porque a Alemanha, que tanto tentam imitar e

que tanto aclamam, tem golden shares. Aliás, candidatos à privatização de empresas portuguesas são golden

shares do sistema e do Governo alemão. A Alemanha pode ter golden shares, o Estado português é que não

pode. Porquê? Porque isso interfere diretamente com os interesses privados do sistema nacional. E o que

conseguimos descobrir hoje sobre os interesses privados do sistema nacional é que, de uma maneira ou de

outra, todos eles estão estranhamente ligados ao Grupo Espírito Santo.

Portanto, na prática, foi isto que andou a ser feito: a PT foi privatizada e a consequência foi ser uma

empresa que servia para dar liquidez ao Grupo Espírito Santo, a seu bel-prazer, sem qualquer preocupação

pelos interesses estratégicos da economia. E, hoje, as bancadas da maioria caem no erro de estar a assistir a

este descalabro, de não assumir as consequências das políticas que tiveram e de não serem capazes de tirar

consequências, também, para o futuro. Tanto não tiram consequências que levam esta política a um nível

mais elevado, porque há o Novo Banco que tem ativos, também eles, estratégicos para o País e o Governo

português desresponsabiliza-se de decidir sobre estes ativos estratégicos, dizendo: «O Banco de Portugal que

decida».

Este é o último ponto da situação a que chegámos, em que o Governo português acha que não tem uma

palavra a dizer sobre os ativos estratégicos que estão no BES, ou no Novo Banco, e que é o Banco de

Portugal, que é o regulador, que tem de decidir sobre a política económica que o Governo é incapaz de fazer.

O Sr. PedroFilipeSoares (BE): — Muito bem!

A Sr.ª MarianaMortágua (BE): — Srs. Deputados, há uma coisa que ficou demonstrada com esta ação do

Governo e das bancadas da maioria: o Ministério da Economia, a Ministra das Finanças, o Governo como um

todo, não fazem a mais pequena ideia do que é política económica.

Risos do Deputado do PSD Pedro Pimpão.

E por isso mesmo, talvez, a economia não saia deste marasmo! E por isso mesmo, talvez, tenhamos hoje

previsões económicas que são piores do que aquelas que tínhamos no passado, e esta tem sido, aliás, uma

regularidade nos últimos tempos!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta cabe ao PS.

Tem a palavra o Sr. Deputado Marcos Perestrello.

O Sr. MarcosPerestrello (PS): — Sr.ª Presidente, a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua sabe por que razão

no site da Portugal Telecom não consta o sentido de voto dos acionistas na Assembleia Geral do passado dia

8 de setembro, que aprovou a redução da participação da PT no capital da Oi, na sequência da fusão entre as