I SÉRIE — NÚMERO 10
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se deixará de sublinhar a dedicação, o esforço e o empenho de um Governo e, especialmente, do seu
Primeiro-Ministro, Dr. Passos Coelho.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr.ª Presidente e Sr.as
e Srs. Deputados: Haverá um segundo momento, um momento que já começou. Um
tempo em que resulta claro que todo o esforço feito pelos portugueses valeu a pena; um tempo em que se
torna manifesto que toda a firmeza e dedicação deste Governo tiveram a sua retribuição; um tempo em que
ficou já claro que Portugal concluiu com êxito o resgate financeiro e o exigente programa de medidas que lhe
estava associado e que não necessitará de um segundo resgate, como as Cassandras do costume
vaticinaram.
Sim, o que seria de Portugal, dos portugueses, desta maioria, deste Governo e do Dr. Pedro Passos
Coelho se estivéssemos a negociar um segundo resgate?! O que seria de nós todos?!
O Sr. JorgePauloOliveira (PSD): — É verdade!
O Sr. AdãoSilva (PSD): — Mais: este é já um tempo em que o emprego cresce, mais de 90 000 pessoas
encontraram trabalho, e, em simultâneo, o desemprego deixou de afetar mais de 140 000 trabalhadores; um
tempo de retoma económica, que, embora moderada, é já suficiente para Portugal se aproximar dos níveis de
crescimento médios da União Europeia; um tempo em que se acentua o diálogo social com o aumento do
salário mínimo, que, deve recordar-se, é um instrumento poderoso de solidariedade, equidade e coesão social.
Sr.ª Presidente, Sr.as
Srs. Deputados: Importa que, aqui chegados, com o esforço de todos, não recaia
sobre os portugueses a maldição de Sísifo, isto é, que tudo o que conseguimos não retroceda e se malbarate.
São outras as exigências com que hoje nos confrontamos, é verdade, mas o momento é igualmente
imperativo. Devemos ser capazes de empreender o que, até aqui, não quisemos, ou não fomos capazes, para
que não se apaguem as centelhas de esperança que alimentam a confiança no futuro.
Importa, e cito, «assumir uma cultura de responsabilidade e uma cultura de verdade», para usar
expressões recentes do Presidente da República. Importa que sejamos capazes de construir «compromissos
necessários a uma governação estável», citando, ainda, o Presidente. E hoje, aqui, não excluindo qualquer
outro partido, gostaria de, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, dirigindo-me, nomeadamente, à bancada
do Partido Socialista e ao seu Presidente, que felicito, o Dr. Ferro Rodrigues, desafiar o Partido Socialista para
a construção de um compromisso ao nível do sistema da segurança social, em geral, e, especificamente, dos
sistemas públicos de pensões.
Os milhões de portugueses pensionistas verão com bons olhos um compromisso que dê estabilidade e
durabilidade a um instrumento social que lhes propicia uma vida digna e tranquila. Os ainda mais numerosos
milhões de portugueses contribuintes desejam um compromisso que lhes dê certeza de que não fazem
descontos dos seus salários em vão.
A cultura de valores inerente aos sistemas públicos de pensões, solidariedade, equidade, justiça, coesão
social, ficará mais robusta e fará de nós uma sociedade mais respeitada.
As tentações para fazer promessas pré-eleitorais, manipulatórias das pensões e das prestações da
segurança social, desaparecerão.
É difícil? Não, basta querermos. Todos! Noutros países foi possível e os resultados são louváveis, como
todos nós sabemos.
O PSD, pela voz do seu Presidente, avançou, há dois meses, com esta proposta. Importa, para nós, e
muito em especial aos portugueses, saber se o PS, agora livre de grande parte dos seus combates internos,
está disponível para este compromisso.
Termino: quando, no futuro, se escrever a história desta Legislatura, é nosso desejo que, depois dos anos
difíceis em que tivemos de nos reerguer, sejamos mencionados como patriotas responsáveis e lúcidos, que,
no meio de todas as vicissitudes, souberam fazer prevalecer o bem comum e contribuíram para o sucesso de
Portugal e dos portugueses.
Aplausos do PSD.