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9 DE OUTUBRO DE 2014

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Pergunto também se é verdade, ou não, que o fim da golden share — e há que dar o crédito de que o

Governo PS bateu-se pela golden share, tendo, apesar de tudo, decidido no último momento — vinha no

Memorando de Entendimento com a troica.

Portanto, é preciso lembrar que os estragos que o Governo faz hoje, fá-los porque tinha uma estrutura

fragilizada que não lhes dava os instrumentos de que precisava.

Mas isso não invalida aquilo que o Sr. Deputado aponta, que é a incapacidade do Governo em ter qualquer

instrumento para gerir a economia e impedir aquilo que está a ver aos seus olhos, que é a derrocada daquilo

que chamou a «joia da República» — e acho que tem toda a razão —, de uma das melhores empresas

portuguesas. Eu acho que os problemas desta empresa e desta privatização e aquilo que está hoje a

acontecer à PT redundam numa questão: o que vai ser feito com o centro de investigação da PT em Aveiro? O

que vai ser feito com os postos de trabalho da PT? O que vai ser feito com os monopólios das infraestruturas

de telecomunicações que a PT tem? O que vai ser feito com as antenas da RTP que a PT tem? O que vai ser

feito com a rede da TDT que a PT tem? O Governo não sabe responder.

O Governo não sabe responder a cinco ou seis questões a que hoje é essencial responder para defesa do

interesse nacional. E não sabe responder porque abdicou de saber, abdicou de querer saber e destruiu todos

os instrumentos que tinha para impedir que isto acontecesse. E, como disse, é inaceitável para um governo de

um País como Portugal…

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª MarianaMortágua (BE): — Termino já, Sr.ª Presidente.

Como dizia, é inaceitável que um Governo abdique de ter instrumentos e de dar respostas a estas

questões, que são essenciais para a democracia portuguesa, para a economia portuguesa e para a vida dos

portugueses.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Concluída a declaração política do Bloco de Esquerda, a próxima declaração política

cabe ao PSD.

Tem a palavra o Sr. Deputado Adão Silva.

O Sr. AdãoSilva (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

Deputadas e Srs. Deputados: Quando, no futuro, se

escrever a História desta Legislatura, não custa antever a sistematização em dois momentos.

O primeiro é o tempo das grandes dificuldades impostas a um País que se viu atirado para a beira do

precipício — o precipício da bancarrota. Foi tempo de sofrimento para a generalidade dos portugueses.

Foi um tempo de perdas e, às vezes, de desânimo. De perdas porque os portugueses empobreceram com

a recessão económica e com o aumento do desemprego. De desânimo, também, porque muitos retomaram os

caminhos da emigração.

Foram, Sr.as

e Srs. Deputados, anos de chumbo! E, para anos de chumbo, felizmente, os portugueses têm

tido um Governo de combate, um Governo que nunca escondeu a gravidade da situação e que sempre deu

provas de abnegação em superar as dificuldades; um Governo que soube ser inflexível quando a situação o

impunha e que também soube dialogar com os parceiros sociais, assinando, seis meses após a tomada de

posse, em janeiro de 2012, o Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego; um Governo que

se sentiu compelido a cortar nos salários e nas pensões, mas que, em momento algum, perdeu a noção de

que, em tempos de dificuldades, é crucial manter viva a chama da solidariedade.

Por isso, aumentou as pensões mínimas, sociais e rurais e vão continuar a ser aumentadas, anúncio já

feito, para 2015; por isso, majorou os subsídios de desemprego nos casais; por isso, reduziu, como nunca, os

preços dos medicamentos; por isso, alargou as isenções das taxas moderadoras; e, por isso, ainda, criou a

tarifa social de eletricidade, que vai ser alargada, por decisão recente do Conselho de Ministros, a 500 000

famílias especialmente carenciadas.

Em resumo, quando se fizer a História desse tempo das grandes dificuldades, libertos das paixões do

momento, soltos da espuma envenenada dos dias, esquecidos dos extremismos acidentais e incidentais; não