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I SÉRIE — NÚMERO 10

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IRC —, o que vemos, por exemplo, desde 2000, é uma diminuição das receitas de IRC e um aumento das

receitas de IRS. E, obviamente, o PS e os seus Governos da altura têm também responsabilidades por esta

situação. Reconhecemos que, hoje, a situação é mais grave, mas no tempo do Governo do PS não era

melhor.

O Sr. Deputado João Galamba disse aqui que analisarão as propostas do PCP e que se reveem em muitas

delas. A questão, Sr. Deputado, está em saber se o PS irá apoiar estas propostas. Por exemplo: na questão

de um imposto sobre transações financeiras, não é a primeira vez que apresentamos esta proposta, e, nas

vezes anteriores, o PS votou contra esta proposta.

O Sr. David Costa (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — O PS votou contra esta proposta! Nas múltiplas vezes que a apresentámos, em

Orçamentos do Estado, o PS rejeitou sempre um imposto sobre transações financeiras.

Poderá dizer o PS que não concordava com a taxa proposta pelo PCP; mas poderia ter proposto a

alteração desse valor, propondo um valor que considerasse mais adequado. O facto é que o PS rejeitou

sempre, liminarmente, esta proposta.

Por isso, perguntamos: será que agora vai apoiar a proposta de um imposto sobre as transações

financeiras, uma taxa do género da «Taxa Tobin»?

Relativamente ao imposto sobre património mobiliário, obviamente que o PS irá analisar esta proposta,

mas pode perguntar-se: concorda, em princípio, que o património mobiliário deve ser taxado? Dele deve obter-

se receitas, para o Estado, que permitam, por exemplo, reduzir a carga fiscal sobre os trabalhadores, o povo,

em geral, e as micro e pequenas empresas?

É sobre estas questões que o PS se deveria pronunciar, mas nós aguardamos, então, que o PS tome

posição relativamente às propostas concretas que apresentámos.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Concluída a declaração política do PCP, a próxima declaração política cabe ao Bloco

de Esquerda.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Querem saber como é que se

destrói uma empresa? Perguntem a Zeinal Bava e a Henrique Granadeiro.

O que teve lugar na Portugal Telecom (PT), nos últimos anos, deveria ter sido compilado e dar origem a um

manual de instruções para afundar empresas. Zeinal Bava pode dizer até que «sai pelo seu pé», mas deixa

atrás de si os cacos daquela que foi a mais prestigiada empresa nacional.

Durante décadas, a maior empresa portuguesa e a primeira de dimensão internacional, a PT, era também a

companhia que mais investia em tecnologia e investigação no nosso País — «era», digo, porque este é o

legado de Bava à frente da empresa que o Estado privatizou.

Vozes do BE: — Exatamente!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Todas as notícias positivas sobre a PT estão no passado.

A PT, fruto de investimento público no centro tecnológico de Aveiro, foi a primeira empresa mundial a criar

um cartão pré-pago. Foi com este cartão que reagiu à entrada de multinacionais de comunicações no nosso

País e retomou a liderança no sector. Foi com esse cartão que revolucionou o mercado brasileiro e tornou a

Vivo no maior operador móvel da América Latina.

Vozes do BE: — É verdade!