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I SÉRIE — NÚMERO 10

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Aqui está um bom exemplo de uma opção errada e não vale a pena, Srs. Deputados, tentarem mascarar a

realidade, porque o ano em que os senhores aumentaram as pensões mínimas, desistindo do complemento

solidário para idosos, foi exatamente o ano em que a pobreza real nos idosos aumentou.

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada, a Mesa distraiu-se com a contagem do tempo.

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Vou concluir, Sr.ª Presidente.

Os senhores desistiram do complemento solidário para idosos, que foi a prestação que mais e melhor

combateu a pobreza nos idosos, e quando aumentam as pensões mínimas a pobreza nos idosos aumenta.

É a isto que o senhor chama «valeu a pena», Sr. Deputado?!

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra, pelo PCP, o Sr. Deputado Jorge

Machado.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Adão Silva, o senhor refere que o País

viveu tempos difíceis e grandes dificuldades. A pergunta que lhe queria deixar é esta: quem? Dificuldades para

quem?

O Sr. Deputado fala de «um Governo de chumbo». Foi, efetivamente, um Governo de chumbo para os

trabalhadores e os reformados mas, ao mesmo tempo, foi um Governo de mão leve para os mais ricos e

milionários do nosso País.

Sr. Deputado, esqueceu-se de referir que enquanto cortam e atacam os salários e pensões, tiram milhões e

milhões de euros do erário público em benefícios fiscais, milhões e milhões de todos nós, para o BPN, para o

BES, para as PPP. O Sr. Deputado fala da segurança social mas esquece-se de dizer que o Governo tirou

milhões de euros, entregues aos patrões, por via da redução das contribuições da segurança social, o que

ataca diretamente a sustentabilidade financeira da segurança social.

O Sr. Deputado tem o descaramento de pedir consensos relativamente à sustentabilidade financeira da

segurança social quando toma medidas que atacam essa sustentabilidade, através da redução da taxa social

única. O Sr. Deputado não consegue justificar como é que, há uns meses, para garantir a sustentabilidade

financeira da segurança social era preciso cortar nas reformas, mas agora, para entregar dinheiro aos patrões,

já não é preciso garantir a sustentabilidade financeira da segurança social. Como é que justifica isto, Sr.

Deputado? Com as propostas do PCP, de ampliação das fontes de financiamento da segurança social,

estariam num melhor caminho.

O Sr. Deputado fala no aumento das pensões e sabe muito bem que são valores claramente insuficientes.

Sr. Deputado, valores de 10, 15 cêntimos por dia, a idosos que recebem 200€ ou 300€ por mês, é um insulto.

Mais: o Sr. Deputado sabe muito bem que o Governo PSD/CDS-PP, com o aumento do custo dos transportes,

da saúde, da eletricidade e do gás, lhes tirou muito mais do que aquilo que recebem com estes aumentos.

Hoje, os idosos vivem muito pior do que viviam antes da entrada em funções deste Governo de desgraça

nacional. Essa é a dura realidade. Há uma acentuada degradação da sua situação económica e social,

enquanto que os ricos ficam cada vez mais ricos.

Sr. Deputado, por culpa do Governo, vive-se um maior agravamento da situação de pobreza no nosso

País.

E como é que ficam as prestações sociais? O Sr. Deputado não falou nada sobre isso, preferiu elogiar o

Governo relativamente a pequenas questões pontuais, mas eu vou dizer-lhe. No mandato deste Governo, de

2010 a 2014, há 666 000 crianças e jovens que deixaram de receber abono de família; quanto ao rendimento

social de inserção, são menos 312 000 pessoas; em relação ao complemento solidário para idosos, por

responsabilidade deste Governo de desgraça nacional, são menos 73 000 pessoas; no que respeita ao

subsídio de desemprego, hoje, apenas 318 000 trabalhadores desempregados recebem subsídio de

desemprego, num total de 1,4 milhões.

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.