18 DE OUTUBRO DE 2014
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Esta equação, na linguagem do Bloco de Esquerda e do PCP, só existe se o investimento for público e,
portanto, só existe se houver mais impostos, mais défice e mais dívida.
Protestos do PCP, do BE e do Deputado do PS João Galamba.
De facto, 2014 foi o ano do IRC, e a reforma profunda que foi feita, felizmente também com o apoio do
Partido Socialista, vai no sentido de fazer uma alteração significativa àquilo que era a política fiscal que vinha
sendo seguida.
Efetivamente, esta reforma do IRC permite uma maior previsibilidade, permite uma maior simplificação e
permite a descida de taxas de imposto, e esta sequência é, para nós, fundamental no que toca à atração de
investimento, tão relevante para o processo de retoma económica do País.
Quanto a esta transposição, ela parece-nos relativamente simples e, obviamente, deve-se à necessidade
de acomodarmos aquilo que é o Código do IRC com esta harmonização que aqui nos é sugerida.
É evidente que, não havendo um imposto sobre rendimento coletivo harmonizado ao nível da União
Europeia, é relevante, quanto à tributação das sociedades que têm relação de grupo, que haja mecanismos
que permitam eliminar a dupla tributação ou, pelo contrário, a dupla não-tributação, impedindo, portanto, que
haja benefícios fiscais indevidos, e, por outro lado, naturalmente, suprimir as assimetrias, as discriminações e
também, no limite, eliminar a fraude e a evasão fiscal, que é uma nota bem característica deste Governo.
Aplausos do CDS-PP.
Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.
A Sr.ª Presidente: — Por enquanto, não existem inscrições na Mesa. Não sei se mais alguém pretende
inscrever-se para intervir.
A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade pede a palavra para que feito?
A Sr.ª SecretáriadeEstadodosAssuntosParlamentaresedaIgualdade (Teresa Morais): — Sr.ª
Presidente, é para inscrever o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais para uma intervenção.
A Sr.ª Presidente: — Tem, então, a palavra o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
O Sr. SecretáriodeEstadodosAssuntosFiscais: — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, no pouco tempo
de que disponho, quero referir três ou quatro aspetos.
Em primeiro lugar, da intervenção do Partido Comunista ficou a ideia de que o Governo tomou a opção de
não transpor diretivas europeias ou de não cumprir acórdãos do Tribunal de Justiça da União Europeia. Srs.
Deputados, se calhar era preferível, de uma forma mais direta, aconselhar o Governo a sair da União Europeia
para não ter essas obrigações,…
Aplausos do PSD.
… as quais decorrem do facto de Portugal, e bem, ser Estado-membro da União Europeia e, por isso, estar
vinculado, como os outros estados, ao cumprimento da legislação comunitária.
Em segundo lugar, quero dizer-lhe, Sr. Deputado, com toda a convicção e toda a firmeza, que os bancos
pagam hoje uma taxa efetiva de tributação de 30%, a taxa mais elevada de sempre, e que houve um aumento
de 100% da tributação efetiva dos bancos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O lucro tributável é menos de metade do lucro contabilístico!
O Sr. SecretáriodeEstadodosAssuntosFiscais: — Sei que este argumento, baseado em factos
oficiais, não interessa muito ao Partido Comunista, colocando-lhe problemas de argumentação.