I SÉRIE — NÚMERO 23
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para quem possa estar mais desatento e tenha ouvido as intervenções dos oradores anterior que falaram de
tudo menos deste Orçamento.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — E, por falar em Orçamento, queria dizer que, na opinião do CDS, nas
dificuldades certamente e nos desafios, este Orçamento tem uma circunstância, tem um contexto e tem uma
opção, que importa recordar e sublinhar.
Tem, desde logo, uma circunstância: a de ser o primeiro Orçamento em três anos de um País com
soberania plena, sem troica a vigiar, credores a exigir ou avaliações por cumprir.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Dissemo-lo há um ano, no debate do Orçamento do Estado para
2014 e na sessão de encerramento, e cito: «Para o CDS este Orçamento do Estado, em particular, é muito
importante (…), porque é nossa convicção de que este será o último sob programa da troica ou condição de
credores (…)». Tivemos razão, outros engaram-se!
Aplausos do CDS-PP.
Um ano depois, o País conseguiu e os portugueses foram capazes e para a oposição, aquela que,
primeiro, dizia que não íamos cumprir, depois, que íamos cumprir mas que iríamos precisar de mais tempo e
de mais dinheiro e que, até no último minuto, ainda suspirava por um segundo programa que, para sua
surpresa — quiçá mesmo desilusão — nunca aconteceu, tem, nestes factos, um bom motivo para mais
humildade nas críticas e mais realismo nas propostas.
Sr.ª Presidente, partimos da circunstância da pré-bancarrota, de estarmos a dias de não poder pagar
salários à função pública e de ninguém financiar ou querer financiar o Estado português. Fomos sujeitos a um
programa que não provocámos, pedimos ou negociámos, mas que cumprimos! Cumprimos, e no momento
certo!
A nossa circunstância, é bom recordar, era os juros da dívida pública: 21% a 2 anos (hoje, a 0,5%); 23% a
5 anos (hoje, a 1,5%); e 17% a 10 anos (hoje, a 2,9%. Era esta a medida da falta de credibilidade do «País de
2011» que nos deixaram e era esta a nossa circunstância.
Não foi o CDS ou o PSD que conduziram o País ao abismo, mas foi esta maioria que resgatou o País, que
terminou o programa de assistência e que recuperou a credibilidade de Portugal. E fê-lo, como sempre
dissemos, num só resgate, com um só empréstimo, com um só programa e um só prazo, em que muitos não
acreditaram!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — E mais, Srs. Deputados: será com esta maioria e com este
Orçamento do Estado que Portugal será riscado da lista negra dos países incumpridores a que, pela segunda
vez em 15 anos, governos socialistas nos conduziram!
Mas, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, mais do que a circunstância deste Orçamento, é preciso também
perceber o contexto deste Orçamento.
No contexto do crescimento económico, Portugal cresce há quatro trimestres — 12 meses — consecutivos
e em três destes trimestres cresceu mais do que na zona euro. Ou seja, pela primeira em vez, em muitos
anos, estamos a convergir com a União Europeia, e isso é tudo menos irrelevante!
No contexto das exportações, empresas, empresários e trabalhadores fizeram, e fazem, um esforço
tremendo de adaptação a novos desafios. Este ano, cresceremos 2% sobre o melhor ano de sempre.
No turismo, também crescemos ano após ano sobre os melhores anos de sempre, neste caso mais de 10%
e mais do que todos os nossos concorrentes.