I SÉRIE — NÚMERO 25
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Sr. Secretário de Estado, há uma instituição que oferece todos os encargos com os serviços que decorrem
das necessidades educativas especiais, que são pagos pela segurança social. Diz que não é preciso
aprovação. É público, posso fazer-lhe chegar esses dados. E garante consultas semanais. Afinal, este é que é
o modelo? São estas irregularidades de que os senhores falam?
Queremos respostas, Sr. Secretário de Estado e Sr. Ministro.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — A Mesa verifica que todos os grupos parlamentares dispõem ainda de tempo e tem
sucessivas inscrições só do PS.
Em nome da alternância, pedia aos grupos parlamentares que inscrevessem os seus Deputados, para eu
poder dar a palavra de um modo um pouco mais alternado. Não é obrigatório, mas é adequado, Srs.
Deputados, e o que é adequado, de certo modo é obrigatório.
Pausa.
A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares indica que, entretanto, se ninguém se inscreve,
inscreve o Sr. Ministro da Educação e da Ciência, para intervir.
Pausa.
Tem, portanto, a palavra o Sr. Ministro da Educação e da Ciência.
O Sr. Ministro da Educação e da Ciência (Nuno Crato): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O
grande motor da igualdade de oportunidades e da construção do futuro para os nossos jovens é o rigor e a
exigência na educação. Foi esse o motivo que nos levou, desde o início, a termos especial cuidado nas
reformas que introduzimos.
Sabemos que não é o número de anos passados na escola mas a qualidade do que se aprende que pode
mudar um país. Por isso, instituímos metas mais bem organizadas e ambiciosas, programas mais bem
estruturados, uma avaliação mais frequente e fiável, organizada e promovida por um organismo autónomo e
independente, o IAVE (Instituto de Avaliação Educativa).
Por isso, introduzimos a concentração dos conhecimentos essenciais, demos especial destaque à
matemática, ao português, às ciências, ao inglês e a outras disciplinas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — E a matemática, nos concursos, foi um sucesso!
O Sr. Ministro da Educação e da Ciência: — O inglês, que não era disciplina obrigatória em nenhum ano
de escolaridade antes de este Governo tomar posse, tornou-se numa disciplina obrigatória ao longo de cinco
anos, e tornar-se-á, a partir do próximo ano, numa disciplina obrigatória ao longo de sete anos consecutivos.
Isto é o aumento da formação dos nossos jovens, e o aumento da formação dos nossos jovens significa
mais oportunidades para o seu futuro e mais oportunidades para o futuro do País.
Introduzimos, também no inglês, uma avaliação feita por uma entidade internacional independente, a
Universidade de Cambridge. E para dar oportunidade a todos os jovens, o certificado que é fornecido pela
Universidade de Cambridge é completamente gratuito para os jovens da ação social escolar e é parcialmente
subsidiado para os que tenham ação social escolar de nível intermédio.
Por isso, introduzimos também o acompanhamento nas primeiras dificuldades. Mais créditos horários para
as escolas e para os professores, para poderem utilizar esse tempo extra com o apoio a alunos que tenham
especiais dificuldades ou com o apoio a alunos que tenham especiais exigências. Por isso, introduzimos
medidas de apoio ao estudo; introduzimos acompanhamento extraordinário na avaliação para o 4.º e 6.º anos,
para os alunos que dele necessitem; criámos as ofertas vocacionais no ensino básico, onde, neste momento,
temos 929 escolas com cursos vocacionais do básico e temos 23 000 alunos inscritos nesses cursos.