O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 25

26

Face ao início de funções deste Governo, temos mais 94 700 pessoas em desemprego de muito longa

duração, num crescimento de 43%. Quando o PSD/CDS chegou ao Governo, o desemprego de muito longa

duração pesava 33% no total do desemprego e atualmente pesa 43%.

Ainda há pouco, os Deputados do PSD e do CDS-PP estavam aqui muito ansiosos com as propostas do

Partido Socialista para o futuro de Portugal. Quero dizer-lhes que ainda no Congresso que tivemos, no

passado fim-de-semana, ficou bem clara a agenda do Partido Socialista para a década, que tem como

primeiro pilar…

Protestos do Deputado do CDS-PP Artur Rêgo.

… — Sr. Deputado, veja se se concentra no que lhe vou dizer e se retira algo — a valorização dos nossos

recursos e, designadamente, das pessoas.

Na estratégia do combate ao desemprego, combater o desemprego de longa duração é uma prioridade

para o Partido Socialista, que passa por um acordo estratégico na concertação social de médio prazo, que

este Governo, por falta de ideias para uma estratégia e por falta de energia política, não é capaz de fazer, e

por uma definição de políticas públicas do emprego em setores com elevada capacidade de emprego, tal

como no setor agroflorestal, na reabilitação urbana, no turismo, na restauração e serviços, no apoio à

comunidade e família, tudo áreas em que as políticas do PSD e do CDS-PP só têm ajudado a criar

dificuldades.

Aplausos do PS.

Este é o caminho. Para o Partido Socialista é fundamental o compromisso de combate à pobreza e a

promoção da igualdade de oportunidades, ademais perante os vossos resultados de empobrecimento e de

falta de oportunidades para os portugueses.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é de Os Verdes.

Tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: A pobreza atinge hoje,

no nosso País, mais de 23% da população, afetando, portanto, mais de 2,6 milhões de pessoas.

Nos últimos anos, a pobreza e as desigualdades sociais aumentaram muito em Portugal e, com as

desigualdades a alastrar de dia para dia e de forma gritante, o que estamos a ver é que este Governo está a

falhar.

Este Governo está a falhar nos elementos centrais que deveriam presidir aos objetivos de qualquer

Governo. O Governo está a engordar os mais ricos e a remeter os mais pobres para a mais completa miséria.

E com o Orçamento do Estado que aí vem não é necessário ser mago ou adivinho para se perceber que, em

2015, as desigualdades sociais se vão acentuar e que a pobreza vai continuar a alastrar assustadoramente.

Aliás, este facto constata-se ou depreende-se face ao silêncio do Sr. Ministro quanto às questões que

sobre a matéria ainda há pouco lhe coloquei. O Sr. Ministro remeteu-se completamente ao silêncio.

Recentemente, o relatório da Unicef sobre as crianças e a crise em Portugal foi absolutamente arrasador e

deveria até envergonhar o Governo. E só não envergonha o Governo porque ele nem sequer sabe do que

falamos quando falamos de sensibilidade social!

O Governo não tem qualquer estratégia para a erradicação da pobreza. Desde que este Governo tomou

posse, os efeitos no bem-estar das crianças, ao nível da saúde, da educação e dos apoios sociais do Estado

às famílias mais carenciadas, acentuou-se substancialmente.

Nos últimos três anos, o empobrecimento acabou por ser o desígnio deste Governo e o apoio do Governo

às famílias carenciadas foi substancialmente reduzido.