4 DE DEZEMBRO DE 2014
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Protestos do PS.
O Sr. Vieira da Silva (PS): — Não tem mais nada para dizer!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Notamos isso, Sr.ª Presidente, mas não usamos essa desculpa para,
pela nossa parte, deixarmos de interpelar o Sr. Ministro da Educação.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, ainda há inscrições na Mesa de Srs. Deputados do PS para intervir. E
já informei a Câmara disso.
Vozes do PS: — Ah!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, eu sei, mas sou testemunha de, todas as semanas,
na Comissão de Educação, o Partido Socialista pedir a presença do Sr. Ministro para poder falar com ele olhos
nos olhos e, quando pode fazê-lo, não o faz. E isso, Sr.ª Presidente, tem evidentemente uma leitura política.
Da nossa parte, uma questão muito importante, Sr. Ministro, tem a ver com a ação social no ensino
superior, questão, aliás, agora referida pelo Bloco de Esquerda. É de recordar, Sr. Deputado Luís Fazenda,
que, este ano, houve mais colocações, na primeira e na segunda fases, no ensino superior do que no ano
passado.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Mas há menos estudantes no ensino superior!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Mas é expectável que isso se inverta rapidamente, porque há 18 anos
nasceram menos crianças do que há 19, 20 e 21 anos. E vemos essa evolução no ensino básico e no ensino
secundário.
Mas, na ação social, Sr. Ministro, estamos ou não a gastar mais por bolsa e a investir mais em número de
bolsas? Ao contrário do Partido Socialista, quando estava no Governo, hoje, Sr. Ministro, dia 3 de dezembro,
temos mais ou menos bolsas a pagar do que tínhamos em 2011?
Já agora, Sr. Ministro, estamos ou não a pagar e a colocar mais rapidamente os pedidos de bolsas do que
o Partido Socialista, a quem nunca faltava dinheiro para as empreitadas da Parque Escolar mas que para as
bolsas do ensino superior era o campeão dos atrasos?
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Educação e Ciência.
O Sr. Ministro da Educação e Ciência: — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Maria José Castelo Branco, a
Sr.ª Deputada falou da empregabilidade. A empregabilidade é, obviamente, uma das preocupações deste
Governo nas diversas ofertas, tanto no ensino secundário — o ensino secundário vocacional e profissional —
como no ensino superior. Por isso, damos uma importância muito especial à criação destes novos cursos, os
cursos técnicos superiores profissionais, e damos uma importância muito especial à interligação entre os
politécnicos e as empresas regionais, entre as universidades e as empresas. Temos prosseguido essa política.
Estes cursos técnicos superiores profissionais, para dar um exemplo muito claro, são cursos desenvolvidos
em ligação especial e obrigatória dos politécnicos com as empresas.
O ensino vocacional segue o mesmo caminho e o ensino profissional segue o mesmo caminho.
O Sr. Deputado Luís Fazenda falou da minha intervenção como sendo um enxerto. Sr. Deputado, permita-
me discordar duplamente. Em primeiro lugar, porque fui instado a vir aqui pelo Partido Socialista, que foi quem
fez esta interpelação. Em segundo lugar, porque, como referi no início, não há motor mais eficiente para a
igualdade de oportunidades e para a preparação do futuro do que a educação, a educação com rigor e com
exigência.
O Sr. Deputado falou da diminuição do número de alunos no ensino superior. É evidente que nos preocupa
o problema do ensino superior e o problema da educação em geral. Por isso mesmo elenquei, na minha