I SÉRIE — NÚMERO 25
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Só à beira de tal precipício, a que teimosamente quis chegar, é que o Partido Socialista pediu ajuda
externa. Só a dias de uma convulsão financeira, já numa convulsão económica e muito perto de uma
catástrofe social é que foi solicitado o resgate.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Quem hoje nos interpela tem
memória curta e esqueceu o que o País viveu há 3 anos.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — O Partido Socialista esqueceu a
encomenda que fez à troica, esqueceu o Memorando que assinou, esqueceu o estado em que colocou o País
e, hoje, só parece querer recuperar a receita que nos levou a essa situação.
Por outro lado, este Governo, apesar da troica, apesar do Memorando, apesar da austeridade a que nos
vimos obrigados, partiu sempre com uma preocupação de responder ao momento de emergência social que
sabíamos que iríamos atravessar.
Foi exatamente por isso que optámos por avançar sempre com um estrito sentido de ética social na
austeridade: salvaguardando os portugueses de rendimentos mais baixos; protegendo os grupos mais
vulneráveis; respondendo aos que mais dificuldades tinham; pedindo aos que têm maiores rendimentos um
contributo redobrado; e criando um programa de emergência social que servisse de almofada social para
aqueles que são os mais fracos e os mais desprotegidos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A esse propósito, permitam-me um rápido balanço: o Programa de Emergência Social conseguiu abranger
mais de 2 milhões de portugueses, através de um investimento no combate direto à pobreza e à exclusão
social. Para isso, investimos cerca de 1000 milhões de euros neste Programa, que chegou a idosos, a
famílias, a pessoas com deficiência e a instituições sociais que cuidam de quem está mais vulnerável.
Várias foram as medidas que diretamente combateram a pobreza e garantiram um apoio a quem dele mais
precisava.
A 1 milhão de portugueses fizemos questão de aumentar os seus rendimentos em 6,2%. Trata-se de 1
milhão de pensionistas que, em 2015, vão ter um aumento de mais 220 € anuais e que, pela mão do Partido
Socialista, viram as suas pensões congeladas.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Estes são, muitas vezes, os mais
fracos dos fracos, em Portugal.
Agora, que atravessámos a fase mais complicada do ajustamento, tornou-se possível recuperar
rendimentos para cerca de 400 000 idosos que tinham sido atingidos pela CES (contribuição extraordinária de
solidariedade), e muitos deles também já tinham sido penalizados no PEC 4, pela mão do Partido Socialista,
mas, agora, recuperam as suas pensões na totalidade.
Mas fizemos mais: salvaguardámos esses idosos, que, juntos com outros portugueses, perfazem 5,5
milhões de pessoas, isentos de quaisquer taxas moderadoras, e criámos as tarifas sociais de transporte e de
energia, sendo estas reforçadas, em 2015, para que abranjam meio milhão de portugueses.
O risco de pobreza nos mais idosos é hoje menor.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — É mentira!