5 DE DEZEMBRO DE 2014
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Os Srs. Deputados do PS falaram em regressividade e disseram que era uma medida para beneficiar as
famílias mais ricas.
Sr. Deputado João Paulo Correia, sabe perfeitamente que o Governo colocou limites aos benefícios, e não
só ao quociente familiar, mas também às deduções à coleta, exatamente para limitar esses efeitos.
Mas, Sr. Deputado, para que se acabe com a demagogia, gostaria de referir o seguinte: o Sr. Deputado
sabe que o quociente familiar é uma medida que existe em França há mais de 40 anos. Foi defendida por
todos os Governos franceses, sejam eles conservadores ou socialistas,…
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — E depois?!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — … e é uma medida defendida pelo atual Governo
socialista. Faço-lhe a seguinte pergunta, Sr. Deputado: será que o Presidente socialista, Hollande, é um
perigoso neoliberal?!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Será que o Presidente socialista, Hollande, que defende o modelo de quociente familiar em França, é um
Presidente que quer beneficiar as famílias ricas, Sr. Deputado?!
O Sr. António Filipe (PCP): — Pois é!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Evidentemente que não! A França é, hoje,
reconhecida como uma referência em termos de políticas fiscais familiares na Europa e uma das razões é o
modelo de quociente familiar.
Sr. Deputado, o argumento que o Partido Socialista está a utilizar é meramente um pretexto para não entrar
numa discussão séria com o Governo para um consenso político alargado sobre uma reforma tão importante
como a do IRS.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Explique, então, os números, se estão errados!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Eu gostaria de referir e repetir tudo o que disse há
pouco: nestes momentos decisivos, em que é necessário aprovar reformas estruturantes, é importante que
exista abertura para um consenso político alargado. E, nessa matéria, o País precisa — ou precisava — de um
PS com sentido de responsabilidade, de um PS com sentido de Estado, e não de um PS que vire à esquerda e
que se aproxime do radicalismo ideológico do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveu-se o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, para intervir pelo Bloco de
Esquerda.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares
e da Igualdade, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Sr.as
e Srs. Deputados: Permitam-me a
intromissão nesta conversa quase a dois, que parecia existir, porque não se resume ao quociente familiar a
chamada «reforma» da reforma do IRS, nem se resumem ao Governo e ao PS as escolhas que estão em cima
da mesa.
Vozes do BE: — Muito bem!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Por isso, Sr. Secretário de Estado, a pergunta óbvia é esta: quer o
Governo, de facto, mexer no IRS ou não quer mexer no IRS? Está ou não disposto a mudar este imposto? É