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I SÉRIE — NÚMERO 26

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que, se estiver, então, a primeira medida tem de ser a de acabar com a sobretaxa de IRS — é a primeira —,

porque aí é que está o abuso do IRS, aí é que está a verdadeira perda da progressividade do IRS.

Segunda proposta: quer, de facto, o Governo ter um quociente familiar que proteja as famílias? Então,

diminua-se o valor das deduções, particularmente nos escalões mais elevados. Não faz sentido que elas

sejam permitidas até ao escalão dos 80 000 €! Não faz sentido!

Se há vontade, então, que haja, em cima da mesa, possibilidade de alterar, porque nós não vimos nada

disso. Quando o Bloco de Esquerda propõe a eliminação da sobretaxa, a maioria vota contra; quando o Bloco

de Esquerda propõe mais escalões, para o IRS ser mais justo e progressivo, a maioria vota contra; quando o

Bloco de Esquerda diz que é necessário termos um IRS e uma lei geral tributária que ataquem a corrupção e a

evasão fiscal, a maioria vota contra.

Sr. Secretário de Estado, então, onde está a reforma? Onde está, verdadeiramente, a vontade de mudar?

Não existe! De facto, a montanha «pariu» nada! Não há nada que esta reforma traga de verdadeiramente

transformador.

Por isso, ou o Governo assume aqui que quer mudar e aceita, de facto, mudar, com propostas estruturais e

transformadoras, ou, então, este debate é o debate do vazio das ideias de um Governo que não sabe outra

coisa senão taxar, taxar, taxar, e sempre aos mesmos: com o IRS, a quem trabalha.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Inscreveu, para uma intervenção, o Sr. Deputado Nuno Magalhães.

Tem a palavra.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, a minha intervenção, que vai ser rapidíssima, visa

tão-só que fique sublinhado em ata as seguintes conclusões: sabemos, a partir de hoje, que se o Partido

Socialista tiver qualquer tipo de responsabilidade, revoga o coeficiente familiar; todas as famílias que tenham

filhos ou ascendentes a cargo e que vão beneficiar desta reforma deixarão de ter benefícios fiscais;…

O Sr. João Paulo Correia (PS): — Que confusão!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … para o PS — e esta é a terceira conclusão —, um casal que

ganhe 1000 €/mês é rico, um cônjuge pode valer mais em sede de IRS e um idoso ou uma criança não pode.

Sejamos claros: para a ata, para memória futura, fica registado que deste debate resulta que é este o

programa do governo do Partido Socialista, do ponto de vista fiscal.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Entretanto, inscreveu-se, para uma intervenção, o Sr. Deputado Vieira da Silva.

Tem a palavra.

O Sr. Vieira da Silva (PS): — Sr.ª Presidente, para memória futura e para memória atual, aquilo que é bem

claro é que não foi para se aproximar do PS que a maioria e o seu Governo fizeram a salganhada da cláusula

de salvaguarda. Não foi para se aproximar do PS que agora a maioria ou o Governo, através da maioria, fez

uma revolução na pequena reforma que tinha feito, foi apenas porque não se entendiam entre si.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Muito bem!

O Sr. Vieira da Silva (PS): — Srs. Deputados, o que é bem claro é que, hoje, a proposta da maioria

significa que para o PSD, para o CDS, para Paulo Portas e para Passos Coelho, do ponto de vista fiscal, um

filho de uma família com 5000 € de rendimento tem um apoio que é o dobro do filho de uma família com o

rendimento de 1000 €.

Aplausos do PS.