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5 DE DEZEMBRO DE 2014

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O Sr. João Oliveira (PCP): — Vou concluir, Sr.ª Presidente, dizendo que vamos continuar a confrontar-vos

com uma alternativa, tal como fizemos nesta discussão do IRS, apresentando uma alternativa que permitiria

ao Estado aliviar o IRS sobre os trabalhadores, aumentando os impostos sobre o capital. Vamos continuar a

confrontar-vos com uma alternativa.

Mas os senhores, com a destruição que estão a provocar na vida dos portugueses, vão ter que assumir a

responsabilidade de recusar essas soluções que o PCP propõe!

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, terminado o debate de atualidade, marcado pelo PCP ao abrigo do

artigo 72.º do Regimento, sobre a designada «reforma» do IRS, em particular a manutenção das injustiças

fiscais sobre os trabalhadores, resta-me cumprimentar os Srs. Membros do Governo.

Passamos ao segundo ponto da nossa ordem do dia que, como todos sabem, consiste em declarações

políticas.

Estão inscritos os Srs. Deputados Sérgio Azevedo, do PSD, João Galamba, do PS, e Helena Pinto, do

Bloco de Esquerda.

Para uma declaração política, pelo PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Sérgio Azevedo.

O Sr. Sérgio Azevedo (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Evocamos, hoje, dia 4 de

dezembro, a tragédia de Camarate que tirou a vida, entre outros, a Adelino Amaro da Costa e a Francisco Sá

Carneiro.

Mais do que lembrar a sua morte, é essencial, sobretudo nos tempos que correm, lembrarmo-nos da forma

como viveram e do legado que nos deixaram.

Há 34 anos, pouco antes de ter nascido, o País também se confrontava com duras dificuldades sociais,

políticas e económicas. Mas isso não impediu que o legado, as convicções e a ideia que aquele Governo,

liderado por Sá Carneiro, tinha para o País perdurasse e contribuísse, como contribuiu, para que tivéssemos

um Portugal melhor.

Recordemos as suas palavras, proferidas nesta Assembleia em 1978: «Face a esta crise nacional, face a

um País angustiado, o povo português esperava uma esperança nova de ver os partidos políticos discutirem

os problemas nacionais, de ver os partidos reconsiderarem os seus erros, disporem-se a encetar uma vida

nova».

Infelizmente, e chegados a este momento de viragem da profunda crise que atravessámos nos últimos três

anos, carregada de sacrifícios para as portuguesas e os portugueses, não podemos dizer que a ideia de

Francisco Sá Carneiro, na união dos esforços daqueles que têm responsabilidades políticas para que Portugal

vencesse a crise, tivesse sido uma realidade.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!

O Sr. Sérgio Azevedo (PSD): — O maior partido da oposição — que aproveito para saudar pelo seu

Congresso —, cujas responsabilidades políticas na crise que atravessámos são evidentes, nunca parou para

que reconhecesse os seus erros, nem tão-pouco se dispôs a colocar o interesse nacional à frente do interesse

partidário que representa,…

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

… nem com a anterior liderança nem, pelo que temos vindo a perceber, com a nova liderança.

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Ficámos, no último fim de semana, a saber que das poucas

medidas que o Partido Socialista propõe aos portugueses está o fim da sobretaxa do IRS, o aumento do

salário mínimo nacional, o regresso do Simplex, ir buscar os emigrantes que foram obrigados a sair do País e

ainda mais investimento público. É manifestamente pouco, muito pouco, para quem quer constituir-se como

alternativa.