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I SÉRIE — NÚMERO 26

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A Sr.ª Ana Sofia Bettencourt (PSD): — Não é verdade!

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Mas também nos falou de dívida. E fala-nos de dívida quando

suporta, nesta Câmara, um Governo que aumentou em mais de 50 000 milhões de euros o valor da dívida

pública, comparando com a Câmara de Lisboa, que tem vindo a baixar a dívida do município desde que tomou

posse, em 2007.

E mais: fala dos atrasos nos pagamentos, das regularizações de tudo o que está em atraso. Quando atual

governação da Câmara Municipal de Lisboa entrou em funções, em 2007, veio recuperar atrasos de

pagamento herdados da gestão anterior e reduziu o número médio de dias de pagamento em atraso aos

fornecedores da Câmara Municipal de Lisboa.

Portanto, mais uma vez, em total contraste, em total contradição com aquela que é a realidade daqueles

orçamentos todos que o Sr. Deputado conhece, que tem analisado ao longo dos últimos anos, a realidade

desmente-o, quotidianamente.

Mas, ao mesmo tempo que isto acontecia, em Lisboa, continua a existir uma outra coisa para a qual os

portugueses também estão atentos: há políticas sociais, houve investimento nas creches, houve investimento

em programas de apoio nos bairros municipais, houve desenvolvimento de atividade cultural, não se cortou a

possibilidade de investimento na área do turismo, que tantas vezes aqui é elogiada e que, de facto, potencia o

crescimento económico da cidade de Lisboa.

E, já agora — com isto chego ao ponto em que queria terminar e já vou abusando da paciência da Sr.ª

Presidente —, quanto ao aumento das taxas que reiteradamente é colocado em cima da mesa, com certeza

que o Sr. Deputado terá a oportunidade de nos explicar porque é que o PSD fez uma marcha atrás

inqualificável na sua opção de reconhecer que era necessário reforçar o investimento na área do turismo.

O Sr. Deputado, antes, reconhecia que havia, de facto, a necessidade de as infraestruturas da cidade de

Lisboa serem reforçadas e depois, de repente, porque tem de fazer oposição, deita fora anos e anos de

consenso que vinha construindo.

Termino dando apenas uma última nota. Falou-nos também aqui do salário mínimo e, mais uma vez, acusa

— como reiteradamente a sua bancada acusa — o Partido Socialista de não ter contribuído para esse debate.

Quem foi «arrastado pelos cabelos» para aumentar o salário mínimo nacional, quando o clamor dos

sindicatos e das entidades patronais exigia ao Governo que aumentasse o salário mínimo, foi a atual maioria,

foi o PSD e foi o CDS.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para o segundo pedido de esclarecimentos, tem a palavra o Sr.

Deputado João Gonçalves Pereira.

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, não

resisto a dizer-lhe que, com base no entusiasmo da sua intervenção hoje, aqui, a falar das cheias de Lisboa,

pensava que ia anunciar que Lisboa ia ser a nova Veneza no panorama turístico europeu.

Risos e protestos do PS.

Mas, hoje, o Sr. Deputado Sérgio Azevedo invocou aqui, e bem, Adelino Amaro da Costa e Sá Carneiro.

Passados 34 anos e depois de o maior partido da oposição ter estado, por diversas vezes, no Governo — e

refiro-me basicamente à última vez que lá esteve —, não aprendeu nada com os erros de governação que

levaram o País à bancarrota.

É um Partido Socialista que ignorou o passado e que não reconhece hoje que, face a 2011, o País está

melhor, tem um défice mais baixo, tem menos desemprego e tem a economia a crescer. É um exame de

consciência que quer o Partido Socialista, quer o Dr. António Costa ainda não fizeram.

Vejamos o caso da Câmara Municipal de Lisboa. Temos um Partido Socialista que aumenta taxas e cria as

tais taxinhas, um Partido Socialista que aumenta, pelo menos em dois dígitos, a sua carga fiscal.