5 DE DEZEMBRO DE 2014
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Permitam-me corrigir o que disse: a maioria cria… só não cria nada de que possa orgulhar-se — cria
pobreza, sobretudo nos jovens, mas também nos idosos, cria desigualdades, cria incerteza, cria instabilidade
na vida de todos os portugueses e na vida de todos os agentes económicos, degrada o funcionamento das
instituições do Estado.
O aumento da pobreza e das desigualdades, uma das principais obras desta maioria, é incompatível com
uma sociedade que se quer decente. Um País mais pobre, um País mais desigual, um País mais dividido é um
País que tem mais dificuldade em enfrentar e responder aos desafios que todos enfrentamos, coletivamente e
enquanto comunidade.
A aposta na desqualificação do País e dos portugueses, outra das grandes marcas desta maioria, faz parte
da estratégia de regressão social em que este Governo apostou e continua a apostar. A degradação — e a
balbúrdia, já agora — dos serviços públicos, o desinvestimento na educação, o desinvestimento no
conhecimento e na ciência são uma forma de o País desinvestir de si próprio e são a negação da própria ideia
de futuro.
Não podemos aceitar este caminho. O PS não aceita e não aceitará este caminho.
Aplausos do PS.
Travar este processo de degradação generalizada do País é um imperativo nacional. Perante esta
situação, o PS diz «presente» e propõe-se mobilizar Portugal e todos os portugueses para que, juntos,
possamos superar esta crise e o beco em que nos quer colocar a atual maioria.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, o Estado social não é a causa da crise que vivemos, não é um
entrave ao desenvolvimento do País. Contra a vulgata neoliberal que vê no Estado e nas políticas públicas
empecilhos que importa eliminar para abrir caminho às forças vivas da sociedade, o PS contrapõe um Estado
moderno, eficaz, solidário, confiante na capacidade transformadora das políticas públicas e aliado da iniciativa
privada.
Aplausos do PS.
Para um País qualificado precisamos de um Estado qualificado e precisamos também de um Estado que
qualifique e que invista nas pessoas, em novos e ao longo da vida, de um Estado que qualifique e invista no
território, de um Estado que qualifique e invista na modernização da economia e das empresas portuguesas,
de um Estado que não promova o embaratecimento e a desproteção do trabalho,…
Aplausos do PS.
Protestos da Deputada do PSD Conceição Bessa Ruão.
… de um Estado que aposte no conhecimento e na inovação.
Há algo na economia moderna que a direita política não percebeu: o papel do Estado é mais importante
numa economia de inovação do que numa economia da imitação, que era a economia que tínhamos no
passado.
A inovação é marcada por incerteza e não há mecanismo mais capaz de absorver o risco e dar confiança
aos investimentos do setor privado do que o Estado. O Estado não se opõe aos agentes económicos, não os
substitui, capacita-os, complementa o seu investimento e enquadra a sua ação.
Aplausos do PS.
O desenvolvimento económico e social a que o País, os portugueses e as empresas aspiram e, já agora, a
que têm direito não será construído contra o Estado, mas com o Estado.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, é para liderar este processo de reconstrução e requalificação
nacionais que o PS se apresenta perante o País,…