O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

5 DE DEZEMBRO DE 2014

27

Portugal é membro de pleno direito na União Europeia, a Constituição Portuguesa é tão válida como

qualquer outra Constituição e como qualquer lei da União Europeia e esta é a posição do Partido Socialista. O

Partido Socialista não sacrificará nenhuma obrigação que tem com os portugueses, com o Estado social, com

os pensionistas, com os funcionários públicos e manter-se-á fiel a este princípio.

Quanto ao tratado orçamental, a minha posição é conhecida: não o apoio. Ele foi ratificado pelo nosso País

e, portanto, temos obrigações internacionais…

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Com o vosso voto!

O Sr. João Galamba (PS): — Com o voto do Partido Socialista, é verdade, é público.

Sobre o tratado orçamental, quero referir dois aspetos. Em primeiro lugar — e nisso também António Costa

foi muito claro —, foi um erro mas existe, e o Partido Socialista bater-se-á sempre pela sua revisão,

nomeadamente numa área, a de garantir que o tratado orçamental não seja um entrave ao desenvolvimento e

ao investimento público, necessários para dar um futuro de esperança aos portugueses. E isso é possível, é

possível com o tratado orçamental.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Onde? Mostre!

O Sr. João Galamba (PS): — É possível, violando, naturalmente, o espírito do tratado mas não

necessariamente a letra, porque o tratado fala em défice estrutural, que é uma variável política, que pode ser

politizada, não é uma lei, e pode ser criticado nos seus atuais fundamentos.

Em segundo lugar, não sei se reparou mas este Orçamento violou o tratado orçamental e não consta que

tenha havido daí qualquer sanção ao País.

Aplausos do PS.

O tratado orçamental é, sobretudo, um instrumento de controlo político, não é um instrumento de disciplina

das finanças públicas, e, quando não puder ser aplicado — e não pode ser aplicado —, ninguém será

sancionado pela sua violação. Portanto, Sr. Deputado, sobre o tratado orçamental é apenas isto.

Ainda sobre o tratado orçamental, há outra área também bastante importante, que, aliás, se viu agora no

programa de Juncker sobre os investimentos públicos. O programa de Juncker é manifestamente insuficiente,

mas há algo no tratado que permite investir sem que isso conte para o défice.

Como bem sabe, há uma norma no tratado orçamental que refere o custo de curto prazo de reformas

estruturais com benefícios a longo prazo para a sustentabilidade das contas públicas e que esses

investimentos não devem contar para o défice.

Essa norma foi feita a pensar em reformas estruturais que a direita defende, nomeadamente a privatização

da segurança social e o despedimento de funcionários públicos. Cabe à esquerda, caberá ao Partido

Socialista defender um entendimento de reformas estruturais diferente, porque não há nada na lei que obrigue

a que uma reforma estrutural seja um corte, ela pode muito bem ser investimento e é isso que o Partido

Socialista defenderá. Investimento na educação e na qualificação do território, tudo isso são reformas

estruturais e tudo isso pode caber dentro da tal norma do tratado orçamental que dá alguma flexibilidade e

liberta alguns recursos para políticas que não sejam necessariamente restritivas.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno

Magalhães.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr. Deputado João Galamba,

começo, naturalmente, em nome do CDS, por cumprimentar o Partido Socialista, democraticamente, pelo

Congresso que realizou, bem como pela eleição dos novos órgãos e de quem os compõe, nomeadamente o