5 DE DEZEMBRO DE 2014
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dívida, e nós queríamos saber, Sr. Deputado João Galamba, quais são os compromissos do PS para romper
com esta política.
Gostaríamos que clarificassem, também, quais são os compromissos para fazer uma política de esquerda,
porque não basta dizer que se quer fazer uma política de esquerda. É preciso saber quais são os
compromissos para essa política de esquerda e, sobretudo, é preciso saber quais são os compromissos
porque há um passado, Sr. Deputado João Galamba.
E também gostaria de lhe dizer isto de uma forma muito franca: nunca foi o PCP que empurrou o PS para a
direita. Infelizmente, o PS sempre que foi para a direita foi pelo seu próprio pé.
Vozes do PCP: — Muito bem! Bem lembrado!
O Sr. João Oliveira (PCP): — E há um passado muito concreto em relação a isso, Sr. Deputado João
Galamba. Quando o PS teve uma maioria absoluta nesta Assembleia da República, quando não precisava de
nada nem ninguém para fazer alianças e para fazer políticas de esquerda, infelizmente, foi procurar no PSD o
apoio para, por exemplo, fazer o pacto para a justiça; infelizmente, foi procurar no PSD o apoio para muitas
políticas económicas que não são políticas de esquerda e, portanto, importava perceber quais são,
efetivamente, os compromissos do Partido Socialista para fazer uma política de esquerda. É que não basta
fazer um discurso à esquerda para obter hoje votos e maiorias se depois, amanhã, isso servir para fazer uma
política de direita.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Oliveira, isso foi quase uma
intervenção e parece que sou eu que vou fazer um pedido de esclarecimento!
Sr. Deputado, agradeço a sua pergunta mas penso que entendeu mal o discurso do Secretário-Geral do PS
no final do Congresso. O Secretário-Geral do PS não insultou ninguém, chamou partidos à responsabilidade
de exercerem as suas responsabilidades governativas e não se limitarem a um mero protesto. Isso não é um
insulto.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. João Galamba (PS): — Isso não é um insulto, Sr. Deputado, isso é lembrar a todos nós e a todos os
partidos a sua principal obrigação: os partidos existem para responder aos problemas do País.
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Muito bem!
O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Deputado, vai desculpar-me, mas quem define a agenda do Partido
Socialista é o próprio Partido Socialista, não é o PCP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É esse o esforço da convergência!
O Sr. João Galamba (PS): — E também não é o PCP que é dono da palavra «esquerda», nem é o Partido
Socialista que tem de se aproximar às definições de esquerda para poder ser considerado de esquerda. O
Partido Socialista tem uma história, tem uma longa história, e a política e a história do Partido Socialista são
histórias de políticas de esquerda, apostadas no desenvolvimento do País e na qualificação dos portugueses.
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Muito bem!
O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Deputado, haverá certamente — e houve muitas — propostas do PCP
que rejeitámos neste Parlamento, como também houve muitas do PSD, do CDS, de Os Verdes e do Bloco de
Esquerda.