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I SÉRIE — NÚMERO 26

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Srs. Deputados, os senhores têm 6 minutos para se inscreverem, neste caso até foram 7 minutos. Não

compreendo por que é que esperam até ao fim da declaração política para se inscreverem. A Mesa não tinha

registo dessa inscrição.

Portanto, a Sr.ª Deputada Helena Pinto tem pedidos de esclarecimento dos Srs. Deputados Bruno Dias, do

PCP, Paulo Cavaleiro, do PSD, e ainda de Rui Paulo Figueiredo, do Partido Socialista.

Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias e peço desculpa por tê-lo interrompido.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, não faz mal, isto acontece. O PCP não tem problema nenhum

em não ser o último a falar e, por isso, inscreveu-se para um pedido de esclarecimento atempadamente, ao

contrário de quem possa ter enveredado por jogos de tempo para ser o último a falar.

Nós não temos problema com isso. O que pretendemos é abordar este tema pela importância que ele

tem…

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Fica-lhe muito bem.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — … e este tema tem, de facto, uma importância crucial, do ponto de vista

estratégico, para o desenvolvimento de um País que tem de criar riqueza, que tem de produzir; de um País

que tem de ter capacidade de desenvolvimento estratégico em matérias cruciais, como é o caso do transporte

ferroviário e, neste caso concreto, já não diremos da construção — mas poderíamos falar também da

construção — mas, pelo menos, da manutenção do equipamento ferroviário, do material circulante e não só.

Temos, no nosso País, capacidade, experiência, saber e qualidade técnica que pede meças a nível

internacional, no que diz respeito à ferrovia, quer do ponto de vista do material circulante, quer da construção e

manutenção de infraestruturas, de equipamentos, etc. Temos assistido, ao longo de décadas, a uma política

de desmantelamento não apenas da sua capacidade produtiva e da sua capacidade técnica, ao nível do

desenvolvimento e da modernização, mas também das próprias infraestruturas que existem e que estão a ser

encerradas e desmanteladas, ao longo dos anos.

Estivemos ontem com os trabalhadores da EMEF, na jornada de luta, naqueles quilómetros que

marcharam até chegar ao Largo de Camões, em Lisboa, partindo dessa que é a instalação que nos faz

lembrar uma experiência que não podemos deixar de lembrar aqui, que foi a experiência da Sorefame. Desde

que os trabalhadores da Sorefame foram para a luta, para a resistência, e que, mesmo assim, os governos

destruíram e encerraram essa unidade fundamental de construção e de produção de material ferroviário, nós

temos um exemplo de resposta e de dignidade que continua e que perdura nos trabalhadores ferroviários do

nosso País, temos uma situação que hoje não podemos repetir e que devemos reverter.

A pergunta que faço, Sr.ª Deputada, é se não estamos em condições de defender e salvaguardar a

capacidade desta área estratégica da manutenção ferroviária, de defender a EMEF, mantendo-a no setor

público, investindo na ferrovia, dando trabalho a estas unidades, a estes polos ferroviários, aos trabalhadores,

reforçando o pessoal, modernizando as instalações, e acabando com esta política de sabotagem e de boicote

que o Governo está a impor com a lei dos compromissos, que impede e proíbe a aquisição de stocks, de

equipamentos, de máquinas, o que deixa as oficinas numa situação caótica, por determinação superior.

Estamos, ou não, em condições de impedir e de inverter esse ciclo e esse caminho?

E estamos ou não em condições de, inclusivamente, apontar para um caminho de recuperação e de

reconstrução dessa fileira da própria produção e construção de material circulante ferroviário, que tem

mercado a nível internacional e que tem necessidades a nível do nosso País?

Esta é, ou não, uma das alternativas de que o País precisa urgentemente?

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A Sr.ª Deputada Helena Pinto optou por responder, em conjunto, a

todos os pedidos de esclarecimento.

Tem, portanto, a palavra o Sr. Deputado Paulo Cavaleiro também para pedir esclarecimentos.