5 DE DEZEMBRO DE 2014
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Como dissemos, rever os conceitos é fundamental, quer ao nível da designação das espécies quer ao nível
dos procedimentos do licenciamento, dada a atualidade e a modernidade subjacentes a esta situação.
Para além disso, alterar formalismos no que diz respeito à facilitação do processo de importação e
exportação de espécies parece-nos também uma intenção de desburocratização que deve ser tida em
atenção.
É ainda importante o aspeto que se prende com a regulamentação de processos especiais de captura de
espécies, sobretudo quando está subjacente trabalho de investigação e trabalho didático de aprofundamento
do conhecimento deste setor.
Prevê-se ainda, como há pouco dizia, que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas
centralize a gestão de todo este processo.
O Partido Socialista manifesta-se disponível para acolher e, sobretudo, para viabilizar esta autorização
legislativa. Mas considera que, tal como a própria nota técnica que acompanha esta iniciativa legislativa
sugere, possam ser feitas audições a três ou quatro organizações relacionadas com o setor, quer com o da
pesca, o da aquacultura e o do ambiente, cujos comentários e sugestões poderão enriquecer esta intenção do
Governo que nos parece oportuna. Portanto, o Partido Socialista poderá dar o seu assentimento e o seu voto
favorável.
Parece-nos que, em sede de especialidade, desta forma, ouvindo os parceiros, poderemos melhorar
significativamente este processo.
A intenção do Governo parece ser a de estar recetivo a este procedimento e, portanto, a sintonia leva-nos a
manifestar concordância e disponibilidade para aprovar esta proposta de lei.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Lynce.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados: Estamos
hoje a discutir a proposta de autorização legislativa apresentada pelo Governo para alterar a lei relativa à
pesca em águas interiores.
De facto, esta situação já foi discutida em 2007, como aliás foi dito pelo Sr. Deputado Jorge Fão, o que
levou à aprovação da lei de 2008, e passados sete anos pensamos que esta é a altura ideal para fazermos
uns pequenos ajustamentos ou correções.
Embora já tenha sido referido pelos oradores anteriores, não quero deixar de falar em alguns pontos
fundamentais: a simplificação, a redução dos custos para os próprios pescadores — penso que desta matéria
ainda não se falou —, a atribuição ao ICNF como entidade responsável da monitorização desta legislação e
ainda algo que não é de somenos importância que é a clarificação da adoção de técnicas e práticas que
fomentem a sustentabilidade dos ecossistemas e não colidam com a prática da pesca.
Pensamos que é um documento pacífico, que está bem feito, que é suficientemente simplificado. Porém, à
semelhança do que aconteceu no diploma anterior, em que houve um largo consenso estabelecido entre o
Partido Socialista, o CDS e o PSD, gostaríamos igualmente, tanto quanto possível, de alargar este consenso.
A nossa proposta vai ao encontro do que disseram o Sr. Secretário de Estado e o Sr. Deputado Jorge Fão,
no sentido de o diploma baixar à respetiva Comissão, de se proceder a algumas audições e de os partidos
poderem fazer pequenas alterações para melhorar esta matéria.
Por um lado, há propostas apresentadas pala Associação Portuguesa de Aquacultores, que, na nossa
perspetiva, merecem ser reconsideradas.
Por outro lado, também nos parece que se conseguirmos atingir este objetivo, damos uma certa
estabilidade a um quadro legal que penso ser importante para o País.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado João Ramos.