5 DE DEZEMBRO DE 2014
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O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Helena Pinto, gostaria de cumprimentá-la
pela sua intervenção e de lhe deixar duas ou três notas.
Acho que o BE ainda não percebeu que o País hoje é muito diferente daquilo que era em 2011. Sei que os
senhores gostavam mais desse tempo, em que o clima de manifestação e de turbulência era um pouco mais
ao vosso género.
O Sr. António Filipe (PCP): — Isto faz algum sentido?!
O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — Mas esse vosso clima preferido mudou muito nos últimos tempos — não
sei se têm dado atenção a isso — e a estabilidade, o equilíbrio e a tranquilidade voltaram ao nosso País.
Protestos do PCP.
Sei que vocês se sentem melhor num clima mais revolucionário, mais efervescente. Aqui à minha direita,
na bancada do PS, gostam sobretudo daquele clima de festa de que eles tanto se vangloriam quando falam,
por exemplo, da Parque Escolar.
Mas a realidade é hoje diferente. É muito diferente e vai ser cada vez mais diferente, porque vai ser cada
vez melhor. E por saberem disso é que os senhores, sempre que acontece alguma coisa, sempre que se
suscita alguma questão, querem logo eleições antecipadas.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Não falei nisso!
O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — Esse é o vosso cunho principal.
Mas o que sabemos hoje é que o desemprego continua a baixar, que vamos crescer este ano, pela
primeira vez nos últimos 14, acima da zona euro, e que este próximo Orçamento do Estado vai trazer várias
vantagens,…
O Sr. António Filipe (PCP): — Vai?!
O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — … como a recuperação de parte dos salários pelos funcionários públicos,
a recuperação das pensões pelos reformados, etc.
O Sr. António Filipe (PCP): — Abençoado Tribunal Constitucional!
O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — Sei que é difícil aceitar isso, mas é a realidade.
Mas indo concretamente ao tema, o que gostaria de referir é que nós sabemos que foi identificado pelo
Governo o problema do setor dos transportes. Por exemplo, num excerto do PETI (Plano Estratégico de
Transportes e Infraestruturas) diz-se que, «ao longo dos últimos 10 anos, o nível de endividamento das
empresas do setor empresarial do Estado na área dos transportes públicos terrestres e infraestruturas
ferroviárias triplicaram, atingindo, em 2010, o montante de 16 700 milhões de euros. Se não forem introduzidas
fortes reformas estruturais nesse setor, as prestações com base na tendência dos últimos 10 anos indicam
que, no final do horizonte deste programa, atingiremos um endividamento de mais de 23 000 milhões de
euros».
O Sr. Bruno Dias (PCP): — E hoje é pior! A dívida é maior!
O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — Esta era a realidade com que nos confrontávamos.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — Vou concluir, Sr.ª Presidente.
E nós sabíamos que era preciso fazer alguma coisa.