O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

5 DE DEZEMBRO DE 2014

33

Renfe já retirou de circulação. No entanto, o Governo prefere gastar dinheiro a alugar material obsoleto em vez

de investir naquilo que é de todas e de todos nós.

O Governo prefere que o Metro de Lisboa esteja há anos sem sistema de travagem de emergência em vez

de entregar o trabalho à EMEF.

O Governo prefere andar a adiar, há pelo menos dois anos, a grande reparação dos alfa pendulares em

vez de entregar o trabalho à EMEF.

O Governo prefere retirar a manutenção do Metro do Porto à EMEF, provocando pelo menos 60

despedimentos, para oferecer essa manutenção a uma empresa privada que não tem o conhecimento nem a

qualidade que a EMEF tem e que cobrará mais por um pior serviço.

A EMEF é uma empresa necessária e fundamental. Cria emprego, garante produção, é uma peça-chave

para garantir uma rede ferroviária de qualidade.

A Linha do Oeste tem sofrido supressões diárias de comboios porque algum do material circulante que

servia aquela linha teve que ser imobilizado. Na Linha de Cascais, o cenário repetir-se-á, uma vez que uma

série de composições já não têm condições para circular. Olhamos para a Linha do Minho e o cenário é ainda

pior: queixas frequentes de utentes sobre a falta de condições dos comboios.

Na Linha do Douro e na Linha do Minho são suprimidos comboios porque não existem composições

suficientes para responder aos picos de procura. As composições alugadas a Espanha não são suficientes e

torna-se evidente que é necessário proceder à reparação e produção de composições para servir as nossas

linhas ferroviárias. Depois de destruída a Sorefame, só a EMEF pode fazer esse trabalho.

Porquê, Sr.as

e Srs. Deputados, o desinvestimento feito na EMEF? Porquê a redução de pessoal

necessário ao serviço e a desvalorização do seu know-how; a política de gestão de stocks da empresa, que

dificulta a capacidade de resposta a pequenas reparações; a crescente externalização de serviços e a

liquidação da Unidade de Investigação e Desenvolvimento da EMEF, entregue a uma empresa privada, a

Nomad?

A EMEF compra agora aquilo que antes produzia. É uma vergonha, Sr.as

e Srs. Deputados!

Fica bem claro que o Governo quer privatizar a EMEF e dedicou-se nos últimos anos a desvalorizá-la e a

retirar-lhe trabalho.

Com a privatização da EMEF, é uma empresa pública importantíssima que fica em causa, são mais de

1000 postos de trabalho que ficam em causa, é a qualidade do transporte ferroviário que fica em causa, é o

interesse nacional que fica em causa.

Os trabalhadores da EMEF têm promovido diversas formas de luta contra a privatização da empresa —

ainda ontem saíram à rua e manifestaram-se em Lisboa.

Estão do lado do desenvolvimento, querem uma ferrovia moderna, segura e que sirva as populações do

Litoral e do Interior. E as populações percebem que o desinvestimento na ferrovia significa menos transporte e

mais caro, menos acessibilidade, menos serviço público.

A privatização da EMEF pode e deve ser travada. O Governo, que fica cego quando se trata de privatizar,

não tem uma única justificação para esta decisão. É mais um passo da sua agenda política e ideológica:

destruir o setor público. Privatizar, privatizar, privatizar, é a sua palavra de ordem.

Mas, Sr.as

e Srs. Deputados, e Srs. Deputados da maioria, não esperem silêncio. Nem os trabalhadores

nem as populações se vão conformar com esta decisão. Contem com oposição! O Bloco de Esquerda não

faltará à chamada para travar mais este ataque ao País, à economia, ao transporte ferroviário e ao serviço

público.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.ª Deputada Helena Pinto, tem um pedido de esclarecimento por

parte do Sr. Deputado Bruno Dias, do PCP, a quem eu dou desde já a palavra.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente…

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, peço desculpa de o interromper, mas na «25.ª hora» o

Sr. Deputado Paulo Cavaleiro também se inscreveu.