6 DE DEZEMBRO DE 2014
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Por entendimento entre as bancadas, houve uma troca da ordem de intervenções, pelo que tem a palavra o
Sr. Deputado Afonso Oliveira.
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Sr.ª Presidente, tenho muito pouco tempo, pelo que vou ser muito
sintético.
Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, a demagogia não serve para todos os debates. O mesmo discurso do
Bloco de Esquerda não serve para todos os debates.
Não vale a pena vir falar do capital financeiro, das empresas, dos fundos internacionais… Estamos a falar
da PT, da importância da PT, hoje, no panorama português, da PT como empresa privada, privatizada ao
longo de muitos anos e com a qual todos estamos preocupados. Mas há meios legais para intervir na
economia e não é da forma como o Bloco de Esquerda pretende, não é assim que se devem fazer as coisas,
não é assim que se pode fazer as coisas. Há legislação e há forma de intervir.
O Governo está preocupado, nós estamos preocupados, vamos acompanhar e veremos como é que tudo
vai acontecer…
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE).— É não fazer nada!
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Não é «não fazer nada». Como sabe, há mecanismos, há formas de
intervir. O que é preciso é que haja transparência e deixar funcionar a economia.
Já leu, de certeza, informação nos jornais de hoje sobre a PT e a sua evolução. Portanto, vamos ver!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE).— Li! Li que a PT vai ser vendida à Altice! Foi isso que eu li!
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Em relação ao Partido Socialista, é absolutamente inacreditável que o Sr.
Deputado Rui Paulo Figueiredo tenha feito uma intervenção criticando o PSD e não tenha dado nenhuma
informação. Infelizmente, não falou sobre o seu próprio projeto de resolução porque não havia nada para a
falar. O projeto de resolução do Partido Socialista não propõe rigorosamente nada, apenas que o Governo
acompanhe.
Muito bem, estamos a acompanhar e faremos aquilo que tem de ser feito.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Agora, sim, para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado
Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP). — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: A atitude que o Governo e a maioria têm tido
neste processo em relação à PT é a de dizer duas coisas: «Deixa arder!» e «Seja o que a Oi quiser».
Ora, quem faz uma política baseada nesta atitude a última coisa que pode chamar a quem quer que seja é
irresponsável,…
O Sr. David Costa (PCP): — Muito bem!
O Sr. Bruno Dias (PCP). — … a última coisa que os senhores podem chamar a alguém é irresponsável.
Os senhores ficam a observar «de camarote» esta operação perigosa que está a ser levada a cabo em
relação à PT e é preciso que se diga que, perante um pilar estratégico da sua economia e da própria
soberania e segurança nacional, era da vossa responsabilidade fazer alguma coisa, Srs. Deputados, não era
oferecer a golden share, como os senhores fizeram.
Também é preciso que se diga que a história da PT e o cortejo de decisões e opções verdadeiramente
criminosas é demasiado antiga e demasiado grave para ser escamoteada.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É verdade! É antiga!