I SÉRIE — NÚMERO 31
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quem tem a possibilidade de agir com mais celeridade neste processo trazer a debate este projeto de
resolução.
Pelo conteúdo do projeto de resolução, dizemos diretamente que votamos a favor.
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Ah!…
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Estamos a favor que o Mosteiro de Tibães seja considerado um
monumento nacional. Mais, consideramos que isso já deveria ter sido feito há mais tempo. Creio que não
poderão acusar o Bloco de Esquerda de ter uma posição contrária a esta. A verdade é que o Governo tardou a
fazê-lo e a própria maioria não consegue esconder esta realidade ao apresentar este projeto de resolução.
Por isso, o que vemos é que a maioria passou para o lado da oposição, pedindo que se faça aquilo que já
deveria ter sido feito há mais tempo.
Sejam bem-vindos a este lado, reconhecendo que o Governo tarda naquilo que deve ser feito.
Há um segundo passo que pode ser dado, que tem a ver com uma política cultural muito mais alargada.
Podemos considerar peça a peça as matérias de interesse cultural do País, quer a parte monumental, quer a
parte cultural, quer as tradições, etc., mas sabemos que, se formos por este caminho, vai ser um longo
calvário, que é aquele que o Governo tem levado por diante e aquele que a maioria tem também levado por
diante nas suas escolhas, ou podemos ter uma política devidamente enquadrada, devidamente sustentada e
devidamente pensada para o País, e é isso que nem esta maioria, nem este Governo têm para apresentar.
Dirão sempre que há pouco dinheiro. O que nós dizemos é que, mesmo aquele que existe, não tem sido
bem utilizado e, por isso, no que toca à cultura, o que falta é verdadeiramente uma cultura de investimento e
de proteção do que é importante na maioria e no Governo.
Dito isto, e não fugindo do essencial, porque é particularmente do Mosteiro de Tibães que estamos a falar,
votaremos quer a favor da proposta apresentada pelo PSD e pelo CDS-PP, quer da apresentada pelo Partido
Ecologista «Os Verdes».
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para uma segunda intervenção, o Sr. Deputado Hugo
Lopes Soares.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Não tencionava voltar a
intervir, mas depois de ouvir as intervenções da Sr.ª Deputada Carla Cruz e do Sr. Deputado António Braga
não podia ficar calado perante, por um lado, a total desfaçatez, e por outro lado, a total arrogância política no
que a este debate, em particular, diz respeito.
A Sr.ª Deputada Carla Cruz devia começar por pedir desculpa em nome do Partido Comunista Português.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Quem devia pedir desculpa era o PSD e o CDS-PP!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Foram tantos os disparates que aqueles que representam o Partido
Comunista Português em Braga disseram a respeito desta matéria que eu aplaudiria de pé a Sr.ª Deputada se
hoje se tivesse levantado e tivesse pedido desculpa dizendo que se enganaram e que nós tínhamos razão. A
coerência e o reconhecer os erros em política é uma virtude que a Sr.ª Deputada não tem e que o Partido
Comunista Português continua a não querer ter.
Sr.ª Deputada, percebo perfeitamente o seu incómodo, que é o incómodo de quem olha para estas
questões como questões menores, de quem não teve proatividade política e de quem se esqueceu de
defender aquilo que verdadeiramente interessava.
Mas se esta é uma atitude que no Partido Comunista Português não me espanta, o mesmo não acontece
em relação ao Sr. Deputado António Braga — digo-o com toda a consideração que sabe que tenho por ele,
que é muita.
Sr. Deputado António Braga, na sua intervenção, classificou o nosso projeto de resolução de sem
vergonha. Permita-me que lhe diga, com toda a franqueza, que a sua intervenção é que foi sem vergonha.