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I SÉRIE — NÚMERO 41

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que começa por dizer que, de facto, há matérias positivas e que houve avanços — presumo que havendo

matérias positivas houve avanços. É um tom pouco habitual na bancada do Partido Socialista e acho que para

uma oposição que se quer credível não lhe fica nada mal.

Em todo o caso, queria dizer-lhe que — e respondo também a uma pergunta direta do Sr. Deputado Duarte

Marques sobre se estamos melhor agora — não há dúvida de que estamos muito melhor agora do que

estávamos, em 2011, quando não tínhamos sequer financiamento possível para pagar salários.

Sr.ª Presidente, queria aproveitar esta oportunidade para responder ao Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo.

O Sr. Deputado fala em redução do crédito. Sr. Deputado, Portugal não tinha dinheiro para pagar as suas

dívidas. É, pois, evidente que teve de haver redução do crédito por força das circunstâncias que os senhores

nos obrigaram a enfrentar.

O Sr. Deputado fala em destruição da economia?!. Devo dizer, com muito calma, que nos deixaram dívidas

de mais de 3000 milhões de euros na área da saúde!

O Sr. Deputado fez críticas do ponto de vista da fiscalidade. Mas o Partido Socialista rasgou o acordo que

tinha feito há pouco tempo em sede de IRC e votou contra o quociente familiar, que, como sabemos, reduz o

IRS das famílias!

Por momentos, ainda achei que o Sr. Deputado viria aqui, com grande engenho e arte, explicar a razão do

voto do Partido Socialista, mas continuaremos a aguardar por essa explicação e sobretudo os portugueses

também esperarão por essa resposta.

O Sr. Deputado fala-nos também em turismo. Sr. Deputado, este foi o melhor ano de sempre na área do

turismo!

O Sr. Deputado fala-nos de problemas nas exportações. Mas, Sr. Deputado, as exportações continuam a

crescer com índices muito satisfatórios para a economia do País!

Sr. Deputado, é um País cor-de-rosa? Não, não queremos um País cor-de-rosa, Sr. Deputado. Não, não

queremos. Não queremos regressar ao País cor-de-rosa. Sabemos que é um País que ainda enfrenta

dificuldades, mas também sabemos que estamos a recuperar e que, sobretudo com o esforço de todos os

portugueses, vamos conseguir vencer esta crise.

Sr. Deputado Duarte Marques, queria agradecer-lhe todas as perguntas que colocou e dizer-lhe que

estamos melhor, que a confiança dos portugueses está a crescer e que, sobretudo, se soubermos manter o

rumo, se soubermos explicar às pessoas o caminho que fizemos, há esperança no futuro, e isso é que é

verdadeiramente importante.

Por isso, queria dizer que estamos seguramente melhores com o esforço de todos os portugueses.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para proferir a próxima declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla

Cruz.

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: A política de saúde do Governo tem

consequências extremamente gravosas e nefastas para os utentes do Serviço Nacional de Saúde, como o

comprova a situação de rutura e de caos em que se encontram os serviços de urgência.

A rutura dos serviços de urgência é o resultado das opções e da política de saúde do Governo, uma política

de ataque e de desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A rutura dos serviços de urgência é o resultado da política de redução de profissionais e condições

materiais para dar resposta às necessidades das populações, do encerramento de serviços de proximidade,

da degradação dos serviços de urgência nos centros hospitalares.

A rutura dos serviços de urgência é o resultado da política de redução do número de camas nos hospitais.

Só nestes quatro anos foram reduzidas mais de 900 camas no SNS. Esta medida foi um erro e a realidade

está a demonstrar, todos os dias, que as camas encerradas por este Governo fazem falta, tanto que algumas

estão agora a ser reabertas.

A rutura dos serviços de urgência é o resultado da política de desvalorização social e profissional dos

trabalhadores da saúde, do ataque aos direitos laborais dos profissionais de saúde, que preferem emigrar ou

reformar-se antecipadamente, com cortes nas reformas, do que continuarem a ser maltratados pelo Governo.