I SÉRIE — NÚMERO 41
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remuneração do trabalho suplementar e do trabalho noturno. Onde é que está aqui a recuperação de que o Sr.
Deputado falou?!
O CDS dizia ser o partido dos contribuintes. Ora, o que é que o CDS inscreveu no Orçamento do Estado
relativamente aos pensionistas e aos contribuintes em geral? Insiste em novos cortes das pensões de valor
mais elevado, renova o congelamento da generalidade das pensões, prevê várias medidas que dão expressão
ao aumento da idade da reforma por via do chamado «fator de sustentabilidade», insiste no corte dos
complementos de pensão dos reformados das empresas públicas, congela o valor das prestações sociais por
via da não atualização do IAS (indexante dos apoios sociais). Estas são as medidas que o CDS inscreveu no
Orçamento do Estado.
Sr. Deputado, falou também da recuperação das famílias em termos de impostos. A propósito das tabelas
de retenção na fonte, Sr. Deputado, em 2015, todas as famílias irão pagar mais IRS do que pagavam em
2012. Em 2013, o Governo impôs um brutal aumento de impostos, que, na altura, prometeu aos portugueses
ser temporário, que duraria apenas enquanto durasse o programa da troica, mas, terminado formalmente o
programa da troica no passado mês de maio, o CDS, o PSD e o Governo continuam a manter esse brutal
aumento de impostos.
Dizem haver alívio em sede de IRS, mas, na realidade, todas as famílias, todos os portugueses irão pagar
através da fiscalidade verde, para já não falar no aumento de impostos especiais de consumo.
Ou seja, a carga fiscal que recai sobre as famílias, sobre os trabalhadores, sobre o povo português é
agravada em 2015 — também aí não há qualquer recuperação.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Termino já, Sr.ª Presidente.
O Sr. Deputado terminou falando da descida da taxa de imposto de IRC. Sr. Deputado, na realidade, o
Governo PSD/CDS desceu a taxa de IRC de 25% para 23% e este ano novamente para 21%. O resultado foi
que a receita fiscal, em sede de IRC, diminuiu, já este ano, até ao passado mês de novembro, 90 milhões de
euros.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado. A Mesa distraiu-se e não escrutinou o tempo.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Concluo, Sr.ª Presidente.
Enquanto o Governo reduz o imposto sobre o lucro das empresas, aumenta os impostos sobre as famílias
e sobre os trabalhadores.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Filipe Lobo d’Ávila.
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, agradeço as perguntas colocadas pelos Srs.
Deputados Pedro Filipe Soares e Paulo Sá.
O Sr. Deputado Pedro Filipe Soares fez a acusação de eu ter feito uma declaração política numa lógica de
contexto político pré-eleitoral. Sr. Deputado, a declaração política foi feita aqui, em Lisboa, não foi na Grécia,
não foi em qualquer outro local.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Queria também dizer-lhe que é aqui que as nossas declarações
políticas são feitas, dirigidas aos portugueses.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!