I SÉRIE — NÚMERO 70
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as matérias que integram a atual atividade parlamentar e alguns dos importantes consensos encontrados em
torno da Lei n.º 2/2013, adequados, de resto, à lógica da autorregulação nas profissões qualificadas, tornados
possíveis através da audição do CNOP».
Ora, com esta citação, queria combater um pouco a visão que o Sr. Deputado Nuno Sá nos trouxe, isto é,
no passado houve aspetos extremamente positivos. Todo o trabalho parlamentar de construção da Lei n.º
2/2013 foi feito de uma forma muito participada, extremamente ativa. Creio que sem esta nota a história não
ficaria completa.
Houve um atraso, já realçado também pelo Sr. Deputado Artur Rêgo, e que evidentemente é um atraso
com o qual nos temos de conformar, mas todo o processo que originou a Lei n.º 2/2013 foi um processo
positivo, válido, reconhecido pelos parceiros externos e esta é, também, uma parte da história. E, Srs.
Deputados, a história não ficava completa sem esta referência.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. José Manuel Canavarro (PSD): — Um segundo aspeto que gostaria de salientar é que há, neste
conjunto de iniciativas legislativas, uma componente de compromisso e de modernidade. As mudanças
estatutárias cuja discussão hoje iniciamos são, como sabemos, entre outros aspetos, determinadas, porque
acordadas, negociadas e subscritas, no quadro daquilo que vulgarmente se designa por Memorando de
Entendimento. Há um quadro de compromisso e de modernização que dá forma a este processo legislativo.
Não é demais lembrar que este processo legislativo decorre de um compromisso que se cumpre e decorre
também de uma vontade de modernização que se vai poder tornar consequente, ou ainda mais consequente.
Uma terceira nota diz respeito apenas à proposta de lei n.º 293/XII (4.ª), que transforma a Ordem dos
Técnicos Oficiais de Contas (TOC) em Ordem dos Contabilistas Certificados. Para além de outras mudanças
que depois discutiremos, há aqui uma mudança, que tem a ver com uma melhor perceção pública. Concordo
com o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, quando diz que a discussão na especialidade vai enriquecer todo
este debate, mas há aqui uma mudança extremamente interessante: os técnicos oficiais de contas são muito
mais conhecidos e têm um impacto enorme no dia-a-dia das pessoas como contabilistas, neste caso
contabilistas certificados. Portanto, não apenas há uma conformidade com a designação internacional, porque
internacionalmente é assim que estes profissionais são conhecidos, como também há uma conformidade com
algo que é fundamental, que é a representação social pública da profissão.
Nós não dizemos que vamos a um gabinete de técnicos oficiais de contas, dizemos que vamos a um
gabinete de contabilidade, mesmo quando temos de preencher documentos de matérias fiscais. Pode estar lá
«Técnico Oficial de Contas», mas, para nós, para a maior parte dos portugueses, a representação social é a
de contabilista.
Parece-nos um aspeto interessante que haja uma atualização que vá ao encontro da representação social
pública da profissão, porque isso torna-a muito mais percetível por parte de todos os cidadãos.
Por último, e terminando, o futuro. Prevemos a baixa deste conjunto de iniciativas legislativas à respetiva
comissão para discussão na especialidade e aí teremos possibilidade de iniciar um processo de audição, de
discussão, de eventual mudança e de melhoria, que, aliás, o Sr. Secretário de Estado também acabou de
referir ser possível e desejável. Acho que este processo, no mínimo, deverá ser tão participado e tão positivo
como aquele que deu origem à Lei n.º 2/2013.
É uma obrigação de todos os que aqui estão presentes e, seguramente, é uma obrigação que iremos
cumprir.
Aplausos PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Cardoso.
O Sr. António Cardoso (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados: Em
primeiro lugar, gostaria de começar por saudar os representantes das ordens profissionais aqui presentes e
dar conta, na minha intervenção, do início de um novo processo.