I SÉRIE — NÚMERO 71
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O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — As ajudas são ilegais?
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Por último, quanto à pergunta do Sr. Deputado Adão Silva,
de facto, o aumento das contribuições para a segurança social é um sinal efetivo de que há mais emprego e
de que há mais rendimento do trabalho. Quando fazemos a comparação com o período homólogo podemos
verificar, com esse indicador, a clara melhoria que tivemos quer no número de postos de trabalho quer no
rendimento nos salários associados a esses postos de trabalho.
Como muito bem o Sr. Deputado referiu, a taxa social única não aumentou e, portanto, se se obtém um
resultado que é claramente superior e a taxa não variou, é porque a base é maior. Este é um dado
absolutamente objetivo quando comparamos o primeiro trimestre de 2014 com o de 2015, e, de facto…
O Sr. João Galamba (PS): — Os salários e as pensões aumentaram, Sr.ª Ministra!
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Sr. Deputado, ainda bem que me recorda que os salários e
as pensões aumentaram. Muito obrigada!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Galamba (PS): — É das tais medidas que a Sr.ª Ministra não queria!
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato, do PCP.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Ministra, o desemprego é, pelas razões, o
resultado mais expressivo do projeto político do seu Governo: empobrecimento, agravamento da exploração,
tentativa de destruição de direitos laborais e sociais.
Quatro anos de Governo PSD/CDS e o resultado são mais de dois milhões de desempregados, mais 500
000 postos de trabalho destruídos, mais de 2,6 milhões de pessoas a viver numa situação de pobreza, cortes
nos salários, agravamento da precariedade, aumento do horário de trabalho, emigração forçada de mais de
400 000 portugueses. À custa de quê e em nome de quem, Sr.ª Ministra, é o que lhe perguntamos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — À custa da dignidade da vida dos trabalhadores e do povo e em nome das
imposições que a União Europeia exige e o Governo aceita, de joelhos, sem questionar.
O País vive problemas económicos e sociais dramáticos e, perante isto, o que é que o Governo tem para
oferecer? Mais do mesmo! E nós entendemos que os trabalhadores não aceitam e o País não aguenta mais
desemprego e exploração.
O Governo assume ou não a responsabilidade de cumprir as ordens da União Europeia para agravar o
corte dos salários ou, pelo contrário, assume a necessidade de aumento dos salários, designadamente do
salário mínimo nacional?
Cumpre as ordens da União Europeia para facilitar e embaratecer ainda mais os despedimentos ou aposta
no reforço do aparelho produtivo como via para a criação de emprego?
Cumpre as ordens da União Europeia para agravar a precariedade ou assume a defesa do emprego com
direitos como uma prioridade, erradicando todas as formas de contratação precária que respondem a
necessidades permanentes das empresas?
Cumpre as ordens da União Europeia para aumentar e desregulamentar a jornada de trabalho ou vai
diminuir o horário de trabalho e defender o direito à articulação entre a vida familiar, pessoal e profissional?
Defender os trabalhadores e os seus direitos exige romper com este caminho imposto pela União Europeia,
exige a valorização do trabalho e o cumprimento da Constituição e dos seus valores como solução para o
País. Para tal, é preciso derrotar este Governo, é preciso outra política e outro Governo.