14 DE MAIO DE 2015
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Temos uma posição muito reservada relativamente à generalização da videovigilância, para a qual há uma
grande tendência. Achamos que se deve combater essa tendência e que o que se deve salvaguardar é que
haja assistência judiciária dentro das esquadras, ou seja, que a ninguém seja negada a assistência por
advogado quando confrontado com uma detenção ou com uma presença nas esquadras policiais. Aliás, há
muitos anos que deveria haver advogados nas esquadras, precisamente para acorrer a essas situações e para
que ninguém fique sem a assistência judiciária que lhe é devida.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. António Filipe (PCP): — Esse é o ponto em que nós, claramente, divergimos e, quando for o
momento da votação, pediremos a votação em separado desse ponto.
Quanto ao resto, achamos que as preocupações manifestadas pelo Bloco de Esquerda são legítimas, são
justas e devem ser objeto de uma adequada ponderação por parte desta Assembleia, para que não haja — é
isso que se pretende evitar — situações de incompatibilização entre as forças de segurança e as populações
que elas servem, precisamente, para as defender.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório, para uma
intervenção.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vou tentar dar alguma seriedade a este
debate, o que foi recusado fundamentalmente pelas bancadas da maioria.
Acusaram-nos de generalizações e não as fizemos. Mas é útil, do vosso de vista, porque foi a forma que
utilizaram para pôr debaixo do tapete os problemas concretos, ou seja, recusaram-se a discutir os problemas
concretos!
A Sr.ª Maria Paula Cardoso (PSD): — Não se discutem assim!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Recusaram-se a encontrar as respostas para as situações concretas.
Diz o Sr. Deputado Telmo Correia — e disse-o, inclusivamente, à Sr.ª Ministra da Administração Interna —,
«ouvimos atentamente as associações, acompanhamos este problema com preocupação». No entanto,
perante as soluções concretas, a resposta é: não acompanhamos e não acompanhamos porque o problema,
afinal, não existe.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Existe e está a ser resolvido!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Foi o que o Sr. Deputado aqui veio dizer: o problema não existe!
O Sr. Deputado nem sequer tem o resultado do relatório da inspeção que vai ser feita relativamente às
denúncias, mas resolveu, ainda por cima, interpretar as palavras da Sr.ª Ministra da Administração Interna,
dizendo que o policiamento de proximidade aumentou. O que é que isto quer dizer? Onde é que ouvir a Sr.ª
Ministra dizer que o policiamento de proximidade aumentou?!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Disse, disse!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Da parte do PS, enfim, já sabemos que o Sr. Deputado Jorge Lacão, pelo
menos, tem um fortíssimo entendimento em matéria de segurança com a Sr.ª Ministra da Administração
Interna, mas no mínimo reconheçam a seriedade do debate que ainda hoje lançámos, perguntando-nos o que
é que aconteceu ou questionando uma das estratégias possíveis de policiamento de proximidade que são os
ditos Contratos Locais de Segurança.
Perante questões tão evidentes e urgentes, do nosso ponto de vista, como o reforçar o policiamento de
proximidade e a inspeção urgente destas situações, com apresentação de um relatório independente sobre