I SÉRIE — NÚMERO 87
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A Sr.ª Emília Santos (PSD): — Sr.as
e Srs. Deputados, quem falta à verdade aos portugueses não é
confiável para planear o futuro.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Entretanto, reassumiu a presidência a Presidente Maria Assunção Esteves.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Administração Local.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Local: — Devo dizer que me dá um gosto muito particular
vir, hoje, ao Parlamento discutir duas reformas importantíssimas.
Protestos do PS e do PCP.
Não! São dois debates! São, por duas vezes, dois debates de duas reformas importantíssimas na
administração local.
Sei que os Srs. Deputados não gostam de reformas, mas o País gosta e precisa!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Há décadas que ouvimos quase todos a defender a descentralização, a falar dela, chamando-lhe «pedra
angular», mas fazer… não!
Hoje, aliás, quando discutimos o mais ambicioso processo de descentralização que o País viveu, vimos que
havia três posições: a do Partido Comunista, fiel a si próprio, na defesa do centralismo;…
O Sr. João Oliveira (PCP): — É novamente o melhor argumento que têm?
O Sr. Secretário de Estado da Administração Local: — Aliás, seria difícil perceber e compatibilizar outra
coisa que não o centralismo, olhando à história, à organização e à visão do Partido Comunista.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Local: — Do Partido Socialista, vimos mais do mesmo e
defende, através de palavras abstratas, a descentralização, honrando, assim, a sua história, pois, das palavras
abstratas à realidade e à decisão concreta não passam. Aliás, isto é uma verdade que tem acontecido com o
Partido Socialista e o seu líder atual: quase há um ano, em julho do ano passado, numa reunião do Conselho
de Concertação Territorial, o Governo apresentou este modelo, não outro, o método gradual em projetos-piloto
nestas áreas sociais, na saúde, na segurança social e na cultura, naquelas competências específicas e
(pasme-se!) o ainda não líder António Costa (talvez nessa altura um pouco inseguro!) não se opôs. Aliás, até
disse: «Por que não fazer nos transportes?». E nós estamos a fazer nos transportes! Mas, agora, em honra à
sua história, «reformas é com os outros!». Não há problema, nós estamos cá para isso! Reformas é connosco!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Convosco, palavras abstratas não dão decisões concretas e as reformas dos outros são para voltar para
trás.
Protestos do PS.
Mas não! Este Governo e esta maioria fazem o mais profundo processo de descentralização que Portugal
experimentou, é ambicioso nas áreas e na dimensão,…