I SÉRIE — NÚMERO 95
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Sr.ª Presidente, durante três anos, os portugueses viveram uma situação de emergência financeira,
económica e social. O modelo de desenvolvimento aplicado até então falhara, o País entrou em pré-
bancarrota e viu-se na contingência de pedir auxílio económico e financeiro.
Durante três anos, os portugueses foram forçados a conviver com a troica.
Durante três anos, os portugueses fizeram sacrifícios.
Durante três anos, os portugueses, liderados por um Governo determinado, resgataram o seu futuro.
O Sr. João Figueiredo (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Hoje, os portugueses olham, não sem preocupações, para o
seu futuro com mais confiança — uma confiança prudente; uma confiança que lhes é dada por uma economia
a crescer e por um flagelo a diminuir, o desemprego; uma confiança prudente assente em resultados e não em
promessas de um amanhã sem sacrifícios. Isso é o passado, isso é a bancarrota, isso é o deitar tudo a perder.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados, durante estes quatro anos, em todas as áreas da governação, mas em
particular naquelas que mais diretamente lidam com as crianças, houve uma preocupação transversal a todas
elas: não deixar nenhuma criança para trás. Não podíamos falhar e não falhámos.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Que vergonha!
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Na educação, investimos numa escola para todos; neste
orçamento, reforçámos em 4,2% a ação social escolar; aumentámos, pelo terceiro ano consecutivo, a
comparticipação dos manuais e material escolar; promovemos as bolsas de manuais escolares nas escolas.
Já o Programa Escolar de Reforço Alimentar fornece o pequeno-almoço a cerca de 5000 alunos com
dificuldades económicas.
Na saúde, o Governo decidiu, recentemente, incluir no Plano Nacional de Vacinação a Prevenar; foi dada
prioridade às grávidas na atribuição de médico de família; a taxa de mortalidade infantil desceu de 3,1 por
1000, em 2011, para 2,8 por 1000, em 2014; as crianças até aos 18 anos ficaram isentas de taxas
moderadoras.
A Sr.ª Carla Rodrigues (PSD): — Muito bem!
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Na segurança social, a alteração à legislação das creches
contribuiu para o aumento de 19 000 vagas e majorou-se o subsídio de desemprego para os casais
desempregados com filhos a cargo.
Sr.ª Presidente, a prova da nossa preocupação genuína com as crianças é a de que, apesar das 12
avaliações da troica que tínhamos de cumprir, apesar dos problemas económicos agudos com que nos
confrontávamos, apesar de uma agenda política marcada constantemente por assuntos financeiros, o Partido
Social Democrata, perante a perplexidade de uns e a ironia de outros, colocou como sua prioridade política as
crianças, as famílias e a natalidade no seu congresso realizado em fevereiro de 2014.
Aí foi pedido ao Prof. Dr. Joaquim Azevedo que liderasse uma comissão alargada com o objetivo claro de
propor uma política para a promoção da natalidade. O trabalho foi profícuo e resultou na apresentação do
relatório Por um Portugal amigo das crianças, das famílias e da natalidade (2015-2035): remover os
obstáculos à natalidade desejada. Este trabalho não foi só mais um relatório de diagnóstico. Apresentou
medidas concretas e algumas delas tiveram mesmo concretização imediata no Orçamento do Estado deste
ano.
No contexto parlamentar, como é do conhecimento de todas as Sr.as
Deputadas e de todos os Srs.
Deputados, abriu-se a possibilidade de um amplo debate sobre como aprofundar a proteção das crianças, das
famílias e promover a natalidade.