I SÉRIE — NÚMERO 97
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de emprego, para combater a maior chaga social; equilibrar as contas públicas; respeitar o défice; combater a
pobreza.
Esse é o nosso caminho, é o caminho que tem vindo a ser trilhado, com esforço, é verdade, com sacrifício,
é verdade, com muitas dificuldades, é verdade, mas chegámos a um ponto em que não podemos retroceder.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Arménio Santos (PSD): — Termino, Sr.ª Presidente, com estas palavras: sabemos bem de onde
viemos, sabemos bem onde estamos e também sabemos muitíssimo bem o que queremos. Queremos um
futuro mais próspero e de mais bem-estar para todos os portugueses.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, o tempo despendido nas perguntas é descontado no tempo global,
mas convém respeitar os tempos regimentais para haver maior equidade no debate.
Para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, no projeto de
resolução o PS faz um diagnóstico que não está longe da realidade e com o qual não temos dificuldade em
concordar.
Contudo, queremos aqui afirmar que o PSD e o CDS, a troica, o pacto de agressão, também assinado pelo
PS, são os responsáveis pelo pior agravamento da pobreza, desde o fascismo. E isso não foi dito.
O projeto de resolução, além do diagnóstico, refere a necessidade de acompanhamento e de obtenção de
informação, mas, Sr. Deputado, isso não chega, fica muito aquém.
O PS não faz duas coisas fundamentais.
Primeiro, assumir as causas do agravamento da pobreza: o ataque aos salários, o ataque às pensões, o
corte nas prestações sociais, o ataque aos serviços públicos. PSD e CDS-PP têm gravíssimas
responsabilidades nestes cortes, mas importa dizer que muitos destes cortes e ataque aos serviços públicos
começaram com o Governo PS.
Segundo, o PS não assume nenhuma solução, nenhum compromisso concreto, para atacar ou erradicar a
pobreza no nosso País. E, Sr. Deputado, estamos numa altura de assumir de que lado nos encontramos neste
combate.
Por isso, coloco-lhe um conjunto de perguntas.
Sobre a devolução dos salários ilegitimamente cortados pelo PSD e CDS-PP e iniciado pelo Partido
Socialista quando era Governo, qual é o compromisso do Partido Socialista?
Sobre o aumento geral dos salários, qual é o compromisso, no plano concreto, que o Partido Socialista
assume?
Sobre a devolução dos cortes nas pensões, iniciado com o fator de sustentabilidade do Partido Socialista e
levado mais longe pelo PSD e CDS-PP, que compromissos assume o Partido Socialista relativamente a esta
matéria e ao aumento das pensões?
Quanto aos direitos dos trabalhadores, um fator gravíssimo no nosso País é o de que a pobreza aumenta
entre quem trabalha. PSD e CDS-PP atacaram, como nunca, quem trabalha, mas esse ataque também foi
uma consequência das sucessivas alterações ao Código do Trabalho levadas a cabo também pelo PS, que
atacaram a contratação coletiva, aumentaram a precariedade, facilitaram os despedimentos. Que
compromissos assume o Partido Socialista?
O PCP entende que é urgente melhorar os direitos de quem trabalha e o PS pouco ou nada apresenta no
plano concreto. Não é, portanto, alternativa, é mais ou menos o mesmo.
Sr. Deputado, peço-lhe que, na resposta, não venha com o habitual choradinho do PEC 4, porque, importa
dizer, nesse choradinho do PEC 4 do Partido Socialista tínhamos os cortes nos salários, os cortes nas
reformas, o ataque aos serviços públicos, precisamente as principais causas que levaram ao agravamento da
pobreza.
Portanto, poupe-nos a esse lamentável exercício do choradinho do PEC 4.