12 DE JUNHO DE 2015
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Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês Teotónio Pereira.
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, o PS e os
Srs. Deputados têm sublinhado em quase todas as vossas intervenções sobre pobreza a pobreza infantil.
No entanto, o discurso que têm feito esquece vários aspetos: a herança que o PS nos deixou, como aqui foi
dito, os cortes que implementou e o esforço que este Governo tem feito para colmatar a situação, apesar das
restrições financeiras, do programa de ajustamento e da crise económica.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Além disso, o PS insiste em referir dados de 2012 e de 2013
que, como sabem, foram os piores anos da crise, em que tínhamos uma taxa de desemprego de mais de 17%,
a economia em queda acentuada no pior ano de recessão e em que o PIB diminuiu 3%.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Hoje, felizmente, não é assim, mas, apesar de a realidade atual
ser outra, nunca descurámos o combate à pobreza infantil.
Colocámos a pobreza infantil como um dos focos nos cerca de 100 novos acordos locais de
desenvolvimento social, onde estarão alocados 20 milhões de euros, a executar nos próximos anos.
Com a reforma do IRS, cerca de 2 milhões de contribuintes com rendimentos mais baixos estarão isentos
da sobretaxa e as alterações introduzidas permitiram que as famílias peçam a reavaliação do abono de
família, sendo possível rever a situação de cerca de 51 000 famílias.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Mais: o subsídio de desemprego foi majorado para casais com
filhos a cargo; mantiveram-se os apoios extra para as famílias monoparentais, que receberam mais de 20%
sobre o valor desta prestação, e para as famílias numerosas; criou-se o Programa de Emergência Social
(PES) e o Programa de Emergência Alimentar (PEA); a pobreza infantil é uma das prioridades nas medidas
dos fundos europeus estruturais de investimento onde estão destinados 2000 milhões de euros diretamente
para o combate à pobreza, à exclusão social e ao desemprego — uma medida inédita.
Além disso, como referiu, o índice de Gini, que, desde 2009, vinha a aumentar, sofreu uma redução em
2012, ou seja, as desigualdades são menores em Portugal, o que demonstra que o ajustamento tem incidido,
sobretudo, sobre as classes com maiores rendimentos, contrariamente ao que tem sido dito.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — No que se refere ao tempo do PS, destacamos apenas alguns
números concretos: cerca de 400 000 crianças e adolescentes perderam o direito ao abono de família; 550
000 deixaram de o receber em 2010; mais de 35 000, ou seja, menos 28%, de abonos pré-natais deixaram de
ser atribuídos.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Também em 2010 deixaram de ser pagos os 4.º e 5.º escalões
do abono de família e terminou a majoração de 25% nos 1.º e 2.º escalões, assim como a 13.ª prestação paga
em setembro para compensar os pais pelos encargos financeiros.