I SÉRIE — NÚMERO 6
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determinado período. E a minha pergunta é simples: porquê? Por que é que esses fundos comunitários na área
do ambiente e da reabilitação urbana estiveram tanto tempo suspensos? Quem são os responsáveis pelo facto
de esses fundos comunitários terem estado suspensos durante tanto tempo?
Aplausos de Os Verdes e do PCP.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, o Governo solicitou à Mesa a junção da última intervenção na segunda
ronda com a intervenção de encerramento deste debate de urgência, o que perfaz um total de 15 minutos, que,
espero, sejam encurtados. Penso que faz todo o sentido, só para não estar a obrigar o Sr. Ministro a falar, a
sentar-se e, depois, outra vez, a levantar-se. É apenas uma questão prática.
Pausa.
O Governo vai repartir a sua intervenção entre duas pessoas: o Sr. Secretário de Estado da Energia e o Sr.
Ministro da Economia.
Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Energia.
O Sr. Secretário de Estado da Energia (Jorge Seguro Sanches): — Sr. Presidente, Caros Colegas do
Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Foi aqui referida pelos Srs. Deputados — e cito dois, António Costa Silva e
Hélder Amaral — a questão dos fundos comunitários e da sua execução.
Queria clarificar que não foi possível, em muitas situações — e o caso do PO SEUR é, claramente, uma
dessas situações —, começar a execução mais cedo, porque, do ponto de vista legislativo, aquilo que herdámos
não possibilitava que assim fosse.
Aplausos do PS.
Por isso, graças a um trabalho da Administração Pública, foi possível rever os diplomas que, na altura, foram
aprovados, lançar, no fim de julho, 25 milhões para eficiência energética, no domínio das renováveis, e lançar,
até ao fim desta semana, 100 milhões de euros para eficiência energética. Só pudemos fazer isso porque foi
necessário fazer alterações a um decreto-lei e a portarias e notificar Bruxelas para que fosse possível executar.
Mas entendemos que o vamos fazer a tempo, o que não vale a pena é tentar usar argumentos no sentido de
que essa questão tem a ver com esta execução, com este Governo. Não tem, Sr.as e Srs. Deputados, somos
solidários nestas questões, entendemos que o País deve passar à frente e não vamos discutir. O Governo está
a trabalhar diariamente para que este dinheiro chegue à nossa economia, às nossas empresas e crie mais
emprego.
Sr.as e Srs. Deputados: Referi-me ao investimento público, mas gostava também de falar convosco sobre a
questão do investimento privado.
Há 10 anos, foram lançados concursos para centrais de biomassa — repito, há 10 anos. O País, em várias
situações, teve incêndios que, em muitos casos, foram derivados do não aproveitamento da biomassa florestal
para produzir energia. Só 10 anos depois é que foi possível a este Governo desbloquear três dessas centrais —
no Fundão, em Viseu e em Vila Nova de Famalicão —, num investimento de mais de 127 milhões de euros e
mais de 400 postos de trabalho. Esta questão é fundamental. Foram privados que fizeram e estão a fazer este
investimento, que acreditaram no País e que acreditam também que haja um Governo que é capaz de lhes dar
os sinais de confiança positivos e que a Assembleia também o faça.
Gostava, ainda, de lhes falar do investimento em energia solar no País. Até agora — e é uma das razões
pelas quais temos um défice tarifário na energia de mais de 5000 milhões de euros —, tudo o que era feito a
nível de renováveis, em Portugal, era feito com subsidiação. Graças a um diploma do ano passado, é possível
dizer que, hoje, cerca de 400 MW já estão aprovados, já estão licenciados, para que, no sul do País, possam
produzir energia solar renovável, sem qualquer tipo de subsídio. É um investimento superior a 400 milhões de
euros, mas quero dizer-vos que neste mês o interesse de mais privados na energia solar, no sul do País, excedeu
os 800 MW.