I SÉRIE — NÚMERO 6
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O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Espero que o Governo cumpra a meta do défice, porque ela é
importante para as finanças públicas do País e para a credibilidade do País.
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Pois, pois!
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Tem de se saber é que o caminho que está a ser seguido não era
necessariamente aquele que tinha de ser seguido, porque havia alternativas.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Mas o importante não é a questão do investimento público. Nós
olhamos para a economia portuguesa dos últimos 20 anos e, claramente, verificamos que nos últimos 15 anos
praticamente não crescemos em termos per capita. E porquê? Porque muito do pouco investimento, fosse
público, fosse privado, que se realizou durante todos estes anos não foi produtivo, o que significa que temos de
atender à qualidade do investimento que é realizado. Esta é a primeira questão.
A segunda questão é a seguinte: não é com o capital que detemos no País que conseguiremos crescer o
suficiente nem para pagar as dívidas nem para investir no futuro e na geração de emprego. Precisamos de
exportar mais e de atrair mais investimento direto externo. Isso é crítico para que o País, nos próximos anos,
possa sonhar, ambicionar em criar emprego sustentável e crescer acima da média dos nossos parceiros e,
portanto, recuperar alguma coisa para futuro. Mas isso implica ter uma estratégia. Qual é a estratégia nacional
que o Governo tem nesta matéria? Nós, quando chegámos ao Governo, tínhamos uma estratégia…
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Era a de afundar o País!
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — … e ela estava a resultar porque a economia estava a crescer e o
investimento estava a aumentar.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Isso é público! Não é contestável!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Nós sabemos que é preciso reduzir os custos de contexto. Nós sabemos que é preciso dar estabilidade fiscal.
Nós sabemos que é preciso diminuir a desconfiança sobre as condições de mercado.
Um ano depois das eleições, até podemos estar a discutir se, nos três meses anteriores ou nos três meses
seguintes — que é, em regra, o período de perturbação que qualquer ato eleitoral impacta sobre a economia —
, as coisas corriam melhor ou pior. Isso tem pouca relevância. Mas, quando estamos a discutir 10 meses de
Governo, não me venha, Sr. Ministro, com a ideia de que nós não deixámos o investimento todo preparado e
que a economia vinha muito mal desde o nosso tempo, quando tivemos a economia a crescer em 2014, em
2015…
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
Sabemos hoje que o valor acrescentado bruto nas empresas portuguesas não financeiras aumentou em 2015
face ao ano anterior e que batemos os recordes nas exportações.
Portanto, não venham com essa conversa, porque não é positiva nem construtiva para futuro.
O que queremos, Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, é dizer o seguinte: se precisamos de exportar
mais e de atrair mais investimento externo, precisamos de avaliar as reformas estruturais que foram feitas e