29 DE SETEMBRO DE 2016
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e não são palavras minhas, são da Sr.ª Ministra —, ser grave numa democracia parlamentar é pedir que este
assunto seja discutido na próxima Conferência de Líderes.
O Sr. Secretário de Estados dos Assuntos Parlamentares: — O quê?!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — E não deve acontecer aquilo que o Sr. Secretário de Estado disse
sem ter o microfone ligado, que foi o seguinte: «Não esperem um tratamento simétrico entre os grupos
parlamentares!». De documentos fundamentais para o processo legislativo, sim, esperamos comportamentos
simétricos e igualdade entre todos!
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, penso que ficou clara a sua posição.
Entretanto, o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares pediu a palavra. Imagino que seja para
responder ao Sr. Deputado António Leitão Amaro.
Tem a palavra, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Sr.ª Presidente, sou só Secretário de Estado
dos Assuntos Parlamentares, não sou jurista nem professor na Faculdade de Direito como é o Sr. Deputado
António Leitão Amaro.
O decreto-lei complementar é votado em Conselho de Ministros, não tem sequer de ser enviado ao
Parlamento. Pode ser enviado por cortesia ao Parlamento, mas não é esse o percurso que faz um decreto-lei
complementar.
A Sr.ª TeresaMorais (PSD): — A questão não é essa!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Bom, se a questão não é essa, peça a palavra
e clarifique melhor a questão, Sr.ª Deputada.
O decreto-lei complementar não tem de vir ao Parlamento e, obviamente, só existe quando é aprovado em
Conselho de Ministros.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Srs. Deputados, tenham calma.
Este Governo está a executar o seu Programa do Governo e tem o apoio das bancadas com quem tem de
trabalhar diariamente. É assim que funciona este Governo e também era assim que funcionava o Governo
anterior.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Ah!…
O Sr. Secretário de Estados dos Assuntos Parlamentares: — Não há nenhum decreto-lei complementar
distribuído aos grupos parlamentares, há trabalho permanente entre o Governo e os grupos parlamentares que
o apoiam.
Mais uma vez: não há nenhum decreto-lei complementar distribuído aos grupos parlamentares, ainda não há
nenhum decreto-lei complementar aprovado em Conselho de Ministros, e, portanto, o Sr. Deputado António
Leitão Amaro, como jurista e professor universitário, tinha obrigação de saber como é o processo legislativo e
como é a relação de um governo com os parceiros que o apoiam.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. AntónioLeitãoAmaro (PSD): — Peço a palavra, Sr.ª Presidente.