29 DE SETEMBRO DE 2016
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obviamente que o Governo terá por obrigação vir a aprovar um decreto-lei, que, caso 10 Deputados o entendam,
poderá ser submetido à apreciação parlamentar. Esse decreto-lei está dentro deste processo legislativo.
Portanto, que o PSD e o CDS não queiram discutir os conteúdos e prefiram fazer aqui uma chicana em torno
da forma é com eles, mas obviamente que isso tem consequências.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, relativamente ao conteúdo da sua interpelação à Mesa,
nada disto teria acontecido não fora o facto de a Sr.ª Ministra ter dito que foi entregue um decreto complementar.
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — E que alguns Srs. Deputados têm!
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Foi essa a origem desta sucessão de interpelações à Mesa.
Sugiro agora que continuemos o debate para que não ocorra aquilo de que os senhores se estão a queixar.
Sr.ª Ministra da Justiça, a Mesa registou a inscrição de três Srs. Deputados para pedir esclarecimentos,
sendo o primeiro o Sr. Deputado Jorge Lacão.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. JorgeLacão (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra da Justiça, é quase enternecedor ver este incidente
e o seu significado.
Em 2013, discutimos aqui a proposta de lei, apresentada pelo Governo anterior, que refundou completamente
um mapa judiciário que tinha sido objeto de um largo consenso na Assembleia da República. Nessa altura, nem
o Governo de então e muito menos os partidos da então maioria agora na oposição se lembraram de reivindicar
a existência prévia do decreto regulamentar, porque ele nunca apareceu no momento em que discutimos o mapa
judiciário.
Aplausos do PS.
Protestos do Deputado do PSD António Leitão Amaro.
Mas vêm, agora, insinuar que não podem participar em igualdade de armas neste debate porque a Sr.ª
Ministra, voluntariamente, se disponibiliza a dar conhecimento à Câmara dos processos de concretização
possível deste diploma ora em apreciação. O entendimento de que os aspetos regulamentares podem ser dados
a conhecer aos grupos parlamentares na fase da especialidade para melhor apreciação de um conjunto ficará
no critério da Sr.ª Ministra da Justiça.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. JorgeLacão (PS): — Uma coisa eu assumo: estou no desconhecimento absoluto daquilo que seja o
referido projeto de decreto regulamentar e considero-me em total igualdade de armas para debater esta matéria
com as bancadas do PSD e do CDS.
Aplausos do PS.
Dito isto, Sr.ª Ministra, o propósito da minha pergunta vai no seguinte sentido: temos todos podido
acompanhado, de forma muito positiva, o contributo que tem sido dado para a descrispação do ambiente da
justiça no nosso País. Vivemos hoje, felizmente, um ambiente muito mais sereno e muito mais propício ao
diálogo. E, sendo isso, necessariamente, o resultado da magistratura positiva que este Governo tem vindo a
praticar no setor, quero referir, todavia, a circunstância de altas entidades no nosso País, nomeadamente o Sr.
Presidente da República, na recente cerimónia inaugural do ano judicial, terem feito mais um apelo à
possibilidade do consenso, tão alargado quanto possível, no domínio da justiça e, para o efeito, terem clarificado