30 DE SETEMBRO DE 2016
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Porém, há ainda muito para fazer e daí a razão de termos apresentado um projeto de resolução no sentido
de continuar este caminho de melhoria dos cuidados de saúde, nomeadamente uma melhor articulação entre
as unidades do Centro Hospitalar do Médio Tejo com o Hospital Distrital de Santarém, o que já está prometido
acontecer com a utilização do hospital de Santarém com o bloco operatório de Torres Novas, a continuação do
esforço de contratação de recursos humanos no hospital, para o que são necessárias medidas adicionais de
incentivo à fixação de profissionais.
Não podemos deixar de reafirmar a nossa preocupação com as consequências que a redução do horário de
trabalho para as 35 horas possa trazer para a prossecução destes objetivos, porque esta realidade das 35 horas
é, certamente, contrária à possibilidade de melhorar o reforço dos recursos humanos nesta unidade hospitalar.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra para o Sr. Deputado Duarte
Marques.
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os problemas de saúde do
Médio Tejo, sobretudo ao nível dos cuidados hospitalares, não nos fariam expectar que fossem tão preocupantes
quando é uma região que tem três hospitais praticamente da mesma dimensão.
Ora, aquilo que poderia ser uma grande vantagem para a região tornou-se, ao longo dos anos, um problema
de gestão, um problema de equipamento, um problema de recursos, um problema de pessoas, sobretudo, um
problema de saúde.
Felizmente, nesta Assembleia, há hoje um consenso alargado de que é necessário mudar a gestão e a forma
como estes hospitais se relacionam.
O Sr. António Filipe (PCP): — Quem diria!
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Aliás, isto foi dito ao longo dos últimos anos e, felizmente, já neste
mandato, até o próprio Ministro do Partido Socialista concordou com uma proposta que o PSD lhe fez no sentido
de esta matéria ser discutida entre todos.
Não vale a pena continuarmos todos a dizer mal do Centro Hospitalar do Médio Tejo, da falta de médicos e
de enfermeiros. É uma realidade com que todos concordamos, é um problema que tem décadas, não é apenas
de agora, e só é fruto daquilo que foi, talvez, a competição saudável de todos quererem ter o seu hospital à porta
de casa.
O que é verdade é que o distrito de Santarém tem quatro hospitais e não está contente, não está satisfeito
com os cuidados de saúde que tem, porque pode ter melhor, com mais qualidade e, sobretudo, com mais
eficácia, que é aquilo que se pretende na saúde.
Mas, Sr.as e Srs. Deputados, é muito importante que este debate se faça sem demagogia. Os últimos anos
permitiram até melhorar muitos índices no hospital e no Centro Hospitalar do Médio Tejo.
Fazemos aqui um apelo — e demonstramos a disponibilidade do PSD — no sentido de discutir esta matéria
com rigor, com ponderação e, sobretudo, com o interesse dos utentes acima de qualquer interesse político e
partidário.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Matias.
O Sr. Carlos Matias (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Saudamos os peticionários que há
mais de dois anos trouxeram um conjunto de preocupações sobre a organização dos cuidados de saúde no
Médio Tejo.
Reconheçamos que de então para cá, sobretudo nos últimos meses, o quadro tem melhorado um pouco.
Mas mantêm-se muitas insuficiências, o que, aliás, levou o Bloco de Esquerda a avançar com um projeto de
resolução, aqui aprovado em maio último.