I SÉRIE — NÚMERO 37
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Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Por fim, tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª
Deputada Vânia Dias da Silva.
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Elza Pais, começo por agradecer à
Sr.ª Deputada Elza Pais ter trazido aqui o tema da igualdade. De facto, trouxe-nos uma variada panóplia de
questões nessa matéria, trouxe-nos um vasto conjunto de questões que esta matéria suscita. E queria focar-
me, Sr.ª Deputada, numa questão muito particular que referiu muito levemente mas que, para nós, tem todo o
interesse e que tem a ver com a violência contra os idosos, quer a violência física quer a violência psicológica.
Apesar da realidade dos números e das notícias que têm vindo a público nos últimos anos, a verdade é que
não vos temos visto fazer absolutamente nada nessa matéria. A Sr.ª Deputada anunciou a sua preocupação
com o assunto, mas nem da parte da sua bancada nem da parte do Governo vimos uma única medida nessa
matéria. Ou, melhor, vimo-los chumbar toda e qualquer iniciativa que o CDS aqui apresentou, no passado, sobre
proteção e abandono de idosos. De facto, a única coisa que os senhores fizeram foi, pura e simplesmente,
chumbar todos as iniciativas nessa matéria. Não fizeram rigorosamente mais nada.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Por isso, gostava de lhe perguntar, Sr.ª Deputada, o que é que,
concretamente — para além de todas as questões genéricas que suscitou, que a todos muito nos preocupam,
—, vai este Governo fazer em matéria de proteção dos idosos. O que é que está previsto este Governo fazer?
Vai replicar aquilo que chumbou do CDS, ou vai mais à frente e arranjar novas medidas nesse domínio?
O Sr. João Oliveira (PCP): — O CDS não se quer deixar ultrapassar pelo PSD!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Ou vai resultar, Sr.ª Deputada, mais uma vez, em uma preocupação,
em um anúncio e em zero ação, como é vosso apanágio?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Srs. Deputados do PSD, ponham os olhos neles!
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder, tem a palavra o Sr.ª Deputada Elza Pais.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Sr. Presidente, quero agradecer as saudações feitas por todos os grupos
parlamentares a esta declaração política, do Partido Socialista, sobre a igualdade, sinal de que esta área, para
nós, é uma área central da governação, mas sinal também de que é uma área que o Partido Socialista aborda
de uma forma transversal, integrando-a em todos os domínios da ação política, porque é assim que ela deve
ser abordada, e não como uma área que tenha de estar acantonada num domínio qualquer, dada a
especificidade das suas matérias.
Relativamente ao referido pela Sr.ª Deputada Sandra Cunha, só posso associar-me às suas preocupações
e leituras de que a igualdade é uma questão de direitos humanos e que, obviamente, é uma questão não só de
mulheres mas também de homens, ou seja, os direitos humanos devem ser defendidos por todos e por todas
nós, tal como o combate à violência doméstica também deve ser feito por todas as pessoas e em todos os
domínios da ação política.
Por isso, Sr.ª Deputada, relativamente às preocupações com a violência doméstica, que muitas vezes
redunda em homicídio conjugal, acabámos de apresentar nesta sessão legislativa um projeto para a regulação
urgente das responsabilidades parentais e da pensão de alimentos. Esse projeto tinha sido chumbado na
anterior Legislatura, em nosso entender, muito erradamente, porque hoje podíamos ter já um instrumento para
prevenir o homicídio conjugal, como achamos que vai acontecer com este, pois o mesmo vai permitir a
autonomização das vítimas e uma regulação urgente das responsabilidades parentais, para que vítimas,