I SÉRIE — NÚMERO 49
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Foi neste quadro que, nestes 14 meses de Governo, demos um novo impulso ao setor empresarial,
dialogámos com os empresários, desafiámos empreendedores e apressámos medidas concretas para sustentar
uma estratégia de crescimento económico que apoia a criação de emprego e o desenvolvimento humano e
social do País.
Para isso, acelerámos o sistema de incentivos que o Governo do PSD tinha comprometido durante quase
dois anos, entregando às empresas a ridícula quantia de 4 milhões de euros. Em metade do tempo, o Governo
do PS já pagou mais de 450 milhões de euros para 14 400 milhões de euros de investimento, sobretudo na
indústria transformadora, portanto, em bens transacionáveis.
Aplausos do PS.
Reforçámos o regime contratual de investimento. Em 2016, este mecanismo gerou 780 milhões de
investimento, um valor superior ao dos dois anos anteriores.
Resolvemos berbicachos deixados pela coligação anterior, como o caso do chamado «Banco de Fomento»,
que foi criado com pompa e circunstância para apoiar as empresas, mas não entregou um único euro, não
apoiou um único projeto, não financiou uma única empresa.
Neste momento, o IFD (Instituição Financeira de Desenvolvimento, SA) transformou-se num mecanismo
fundamental para o programa Capitalizar. Este programa de capitalização de empresas surgiu, com este
Governo, como resposta robusta e decisiva para ultrapassar uma herança dura e factual: no período de
governação da coligação de direita, observámos uma profunda descapitalização das empresas, consequência
do emagrecimento do mercado interno, do aumento da carga fiscal e do abandono objetivo da atenção à criação
de condições para a competitividade empresarial por parte do Governo anterior.
À mão invisível do mercado a direita juntou a mão invisível do Estado, comprometendo a viabilidade de
milhares e milhares de empresas.
O programa Capitalizar tem cinco eixos, mas gostava de sublinhar, sobretudo, o da fiscalidade, cujas medidas
estão todas em vigor com o Orçamento do Estado para 2017. São instrumentos críticos para ultrapassar os
obstáculos criados pelo anterior Governo ao setor privado português.
Destaco, por isso, a revisão do regime de remuneração convencional do capital social, há muito solicitada
pelos empresários, e que passa a valorizar de forma decisiva os capitais próprios; a alteração no IVA
alfandegário, reformando a cobrança do IVA e permitindo reduzir os encargos financeiros das empresas; e,
finalmente, a criação de um benefício fiscal para as empresas que se localizem no interior, promovendo o
investimento e a convergência do crescimento económico das regiões mais afastadas dos centros de decisão.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, podia continuar a descrição de medidas que foram decididas por este
Governo e que já estão no mercado, mas julgo ser suficiente, para esclarecer esta Câmara, que o
posicionamento deste Governo contrasta de forma muito significativa com o absoluto apagão que foi a política
económica do Governo da direita.
Protestos do CDS-PP.
Refugiaram-se nas virtudes do mercado e comprometeram a economia portuguesa, porque as empresas
foram maltratadas e as opções apresentadas foram quase todas no plano das fantasias inconsequentes, de
anúncios e discursos que ficaram sempre no papel ou de teses teóricas que foram contrariadas pela realidade.
O Governo de direita apostou tudo na visão orçamentalista e foi tendo ministros da Economia que se entretinham
com enredos mais ou menos liberais, mas quase sempre inúteis para o interesse empresarial.
Quando se pensava que, ao menos, no discurso e perante os olhos de todos os portugueses, o PSD manteria,
mesmo que envergonhado, o discurso da importância das empresas e que nada o faria «meter a viola no saco»
e iniciar uma viagem sem retorno contra a concertação social mas, sobretudo, contra o setor produtivo
português, as empresas e os empresários, afinal, estávamos todos errados.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, apesar de tudo, no fim do dia, o que nos parece claro é que o PSD
ou, pelo menos, este PSD não governou para ninguém nem faz oposição a pensar num projeto responsável.
Infelizmente, fez tudo isto ao sabor do oportunismo do momento, num carrossel de contradições.