I SÉRIE — NÚMERO 54
16
É evidente a oposição que o PSD faz. Durante todo um ano investiram simplesmente em que as coisas
corressem mal, mas, mês após mês, as coisas, em vez de correrem mal, foram correndo melhor. E chegámos
ao final do ano com algo que, tendo mesmo sido possível, nem o mais otimista pode admitir como possível, que
é tornar aritmeticamente possível aquilo que aritmeticamente era impossível.
Aplausos do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O CDS-PP já está a olhar para si de lado.
O Sr. Primeiro-Ministro: — E é absolutamente extraordinária a arrogância com que, durante um ano inteiro,
se comportaram na oposição: mantiveram a mesma arrogância com que durante quatro anos governaram o
País, ignorando tudo e todos, dividindo o País, fraturando consensos nacionais fundamentais, quebrando diálogo
social, quebrando a esperança e a expectativa dos portugueses, relativamente ao futuro. Ainda não perceberam
que, mais importante até do que o excecional défice que obtivemos em 2016, mais importante até do que a
criação de emprego, do que o crescimento, do que as exportações, do que o investimento, foi ter sido possível
devolver ao País algo que tem um valor incalculável, que é a esperança e a confiança no futuro de Portugal.
Aplausos do PS.
Começaram por caricaturar aquilo que era o modelo económico do Governo e disseram: «O modelo
económico do Governo é o regresso ao passado, muito investimento público e muito endividamento!».
Chegaram ao final do ano a criticar-nos porque o investimento público tinha sido menor do que aquilo que
desejávamos que tivesse sido,…
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Menor?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … mas foi graças a esse esforço que neste ano pudemos aumentar, de facto, o
investimento público em 20%, sobretudo concentrado em obras de proximidade, que têm a ver com escolas,
que têm a ver com centros de saúde, que têm a ver com instalações das forças de segurança, que têm a ver
com hospitais. São estes os investimentos de proximidade que estamos a fazer.
Aplausos do PS.
Foi um Governo que não só não aproveitou as oportunidades que regulamentos comunitários permitiam para
que houvesse investimento nas rodovias, para assegurar a ligação das zonas empresariais às grandes
infraestruturas, nos investimentos de last mile, como não permitiu, no acordo de parceria, que esses
investimentos fossem feitos e…
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Fomos nós que os negociámos.
O Sr. Primeiro-Ministro: — … não os incluiu nos programas operacionais. E estamos agora a suportar, com
investimento exclusivo do Orçamento do Estado, os investimentos que são absolutamente prioritários fazer para
podermos valorizar, sobretudo na região Norte e na região Centro, zonas de investimento empresarial
desenvolvidas pelas autarquias, onde as empresas que aí investiram estavam privadas de aceder à rede
fundamental do IP1 e do IC1, e é esta complementaridade que estamos a fazer à custa do Orçamento do Estado,
porque estes senhores se permitiram deixá-la fora do Quadro Comunitário de Apoio.
Vozes do PSD: — Não é nada disso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Como é que é possível?! Como é que é possível?!
Aplausos do PS.