23 DE FEVEREIRO DE 2017
19
de irresponsabilidade financeira sem a asfixia burocrática que o anterior Governo criou e que nós começámos
a desmantelar em 2016. Falso! Aquilo que elas provaram, em 2016, foi que concorreram com o Estado e com
as regiões autónomas para o excelente resultado orçamental que tivemos.
Aplausos do PS.
É por isso que é preciso passar das palavras aos atos. Quando ouço os líderes partidários, nas
apresentações de candidatos a autarcas, ou quando todos fazemos discursos sobre os 40 anos do poder local
democrático, ninguém se poupa nas loas aos resultados alcançados pelo poder local democrático. Pois está na
altura de convertermos essas palavras em confiança efetiva, dotando os autarcas que serão eleitos em outubro
próximo com mais competências e mais recursos para podermos ter todos um Estado mais eficiente ao serviço
do desenvolvimento.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E é preciso que as autarquias participem também, desde já em 2018, no desenho
do que vai ser o Portugal pós-2020, porque, agora, descongelada a paralisia do Portugal 2020, estando nós
concentrados na execução, em velocidade de cruzeiro, do Portugal 2020, é preciso não esquecer que, no
próximo ano, já temos de começar a discutir em Bruxelas o Portugal pós-2020. Para isso, precisamos das
autarquias e que as autarquias tenham um envolvimento ao nível dos planos regionais como não tiveram até
agora. É por isso que, para além da reforma que já apresentámos na Assembleia da República, queremos
avançar também com a democratização das CCDR (comissões de coordenação e desenvolvimento regional),
para que as autarquias locais participem de corpo inteiro na vida das CCDR e já participem de pleno direito na
programação do Portugal pós-2020, de modo a que muitas das lacunas que todos os dias os autarcas verificam
existirem não voltem a verificar-se após 2020,…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — … porque queremos um planeamento aberto e participado por aqueles que,
estando mais próximos das pessoas, mais próximos dos problemas e mais próximos do território, têm maiores
condições de eficiência para executar as políticas de desenvolvimento regional.
A nossa confiança…
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — … na descentralização é total e acreditamos que está mesmo aí a pedra angular
da reforma do Estado.
Mais uma vez, Sr.ª Deputada, agradeço as questões que suscitou.
O Sr. Presidente: — Para formular as suas perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, o Sr. Primeiro-Ministro tem por hábito dizer que
«palavra dada, palavra honrada». Gostaria de perguntar o que nos diz a propósito da revisão trimestral do
imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP), que não ocorreu na semana passada, quando o Governo havia
prometido neutralidade fiscal nesta matéria. Ficámos à espera da revisão do ISP, para que os portugueses não
fossem mais penalizados no gasóleo e na gasolina, mas isso, no entanto, não aconteceu. O que me diz sobre
este aspeto?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.