I SÉRIE — NÚMERO 56
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Protestos do PS.
Sr. Ministro, quantos mais anos vamos ter para acabar com o velho adágio de que «Portugal é Lisboa e o
resto é paisagem»?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Pereira, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Carlos Pereira (PS): — E, pronto, Sr. Deputado Paulo Rios, se o PSD e o CDS estivessem no poder,
estávamos hoje a discutir a privatização dos transportes públicos que os senhores fizeram ao longo dos anos
em que andaram no Governo.
Aplausos do PS.
O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Fale para esse lado!
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Aliás, Sr. Deputado Paulo Rios e Srs. Deputados do PSD, o que os senhores
fizeram nos quatro anos e meio em que estiveram no Governo foi desmantelar o serviço público de transportes.
Protestos do PSD.
Os senhores prepararam tudo! Estava tudo preparado! A ideia era desmantelar os serviços públicos de
transportes e com isso assegurar a privatização.
Mas fica claro nesta discussão que o PSD e o CDS têm de explicar aos portugueses, e também aos autarcas,
por que é que defendem que a dívida fique no Estado e a parte lucrativa possa ir para uma empresa privada.
Mas, quando a dívida fica no Estado e a parte lucrativa vai para os municípios, os senhores já não gostam!
Aplausos do PS.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Ora! É verdade!
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Deve ser por isso que os senhores estão com tanta dificuldade em encontrar
candidatos para as autarquias. Deve ser por isso!
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o seu tempo, Sr. Deputado!
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Porque, obviamente, a forma como tratam os municípios, as autarquias,
demonstra exatamente isso: não têm confiança nos autarcas, nos municípios e não têm confiança da
descentralização.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, em nome do Governo, o Sr. Ministro do Ambiente.
O Sr. Ministro do Ambiente: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Queria dizer e deixar claro que o
privado não faz melhor se não abandonarmos as empresas.
De facto, olhando para a forma como abandonaram as empresas públicas, é de imaginar que qualquer outro
pode fazer melhor. Digam-me que as frotas das empresas de autocarros privadas são melhores que as das
empresas públicas!