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I SÉRIE — NÚMERO 60

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A colocação de dívida que foi feita por parte do Instituto de Gestão do Crédito Público foi num montante

bastante elevado, situou-se, aliás, nos valores médios que eram expetáveis.

Portanto, o que temos de continuar a fazer é dar confiança aos mercados mantendo uma boa trajetória de

redução do défice, como fizemos no ano passado, em que tivemos o melhor défice de 42 anos da nossa vida

democrática; obtendo um saldo primário de 2% assegurando, assim, a confiança da nossa capacidade de

responder à nossa dívida; reduzimos, no ano passado, em 1 ponto percentual a dívida líquida; a dívida bruta,

neste momento, já está inferior à do início de 2016 e, como sabe, em 2016 só não reduziu por causa do impacto

BANIF e do esforço de capitalização da Caixa Geral de Depósitos.

Por isso, temos boas razões para estar atentos, mas confiantes na capacidade do País de gerir e solver a

sua dívida pública.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, quando o oiço — e ouvi-o com

muita atenção —, fico extraordinariamente preocupada. E sabe porquê? Porque o Sr. Primeiro-Ministro vem

dizer-nos que o investimento está muito bem, mas o INE — são contas nacionais e eu pergunto se é o INE que

está errado — diz-nos que, em 2015, o investimento aumentou 4,6% e, em 2016, diminuiu 0,9%. Diminuiu. Foi

menos, não foi mais! Foi menos! Não percebo como é que o Sr. Primeiro-Ministro me dá essa resposta. De

duas, uma: ou tem de me dizer que o INE está enganado e que errou ou, então, tem de explicar as coisas de

outra forma.

Portanto, em relação a contas nacionais de 2016, o investimento diminuiu. Contra tudo aquilo que os

senhores sempre disseram e que diziam acreditar e que estava no Orçamento do Estado Sabemos que o

investimento público diminuiu 10%, mas agora não é só o público, é todo o investimento. Fico preocupada

quando oiço a sua resposta. Gostaria de acreditar nela, espero que o investimento retome, mas fico muito

preocupada.

Fico também muito preocupada quando o oiço falar sobre a dívida e dizer que isto está muito bem. Sr.

Primeiro-Ministro, a dívida não está muito bem; a dívida aumentou no seu Governo. A dívida vinha numa

trajetória descendente e aumentou.

Por outro lado, os juros da dívida não estão muito bem. E não me venha dizer que no resto dos países é

assim. Sabe porquê? Porque, em 2015, distávamos zero vírgula qualquer coisa pontos de Espanha e agora

distamos 2,5 pontos.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Afinal, o que é que há de tão diferente? O que é que aconteceu em

Portugal que não aconteceu em Espanha? Aconteceu um Governo, o seu, apoiado nas esquerdas radicais, que

não dá confiança aos mercados, as pessoas e os mercados olham para o País com desconfiança. É por isso

que, agora, fazem pagar o juro mais alto. Portanto, fico preocupada.

Fico também preocupada — terceira nota de preocupação — quando o oiço dizer que temos o défice mais

baixo de 42 anos de democracia portuguesa. Sabe porquê? Porque isso também dizia o seu antecessor José

Sócrates.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — O seu antecessor José Sócrates, em notícia de 2008, dizia: «Défice

de 2,6% ‘o mais baixo da democracia portuguesa’», e regozijava-se com este resultado.

Portanto, de cada vez que o Sr. Primeiro-Ministro usa a mesma expressão, usa a mesma linguagem, usa o

mesmo argumento a minha preocupação vai crescendo exponencialmente.

Aplausos do CDS-PP.