I SÉRIE — NÚMERO 60
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porque o CDS entende que é fundamental aumentarmos o investimento público. Fico muito satisfeito com isso!
Quanto ao investimento privado, esse subiu.
Relativamente à dívida, Sr.ª Deputada, como sabe, nos quatro anos anteriores, que coincidiram com a sua
passagem pelo Governo, a dívida pública aumentou 30 pontos percentuais. No ano passado, a dívida pública
estabilizou, a dívida líquida até diminuiu e a dívida bruta teve um ligeiro aumento explicado pelo impacto da
herança BANIF e da herança Caixa Geral de Depósitos.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — E a herança que vocês nos deixaram é «ótima»!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — Este ano, com a antecipação, que, aliás, já foi feita, de amortizações da dívida
ao FMI, já temos uma dívida bruta inferior àquela que existia quando entrámos em funções.
Finalmente, sobre confiança, Sr.ª Deputada, os números não mentem.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Pois não!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Os números da confiança estão a um nível recorde que não tínhamos desde o
ano 2000, repito, desde o ano 2000, Sr.ª Deputada!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem, ainda, a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, a confiança dos investidores
não a vemos exatamente assim.
Mas deixe-me dizer-lhe o seguinte: o meu papel é fiscalizar que o Governo cumpre aquilo com que se
compromete. Portanto, não confundo as funções. Deste lado, o meu papel é este, e é isso que farei o tempo
todo, Sr. Primeiro-Ministro!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — E, já agora, vale a pena olhar para aquele que era o cenário
macroeconómico do Programa Eleitoral do Partido Socialista — o «cenário Centeno» —, onde se prometia 2,4%
de crescimento para 2016 e 3,1% de crescimento para 2017. É sempre bom lembrar isto! Nesse impacto
macroeconómico do Programa Eleitoral havia um cenário central inicial, que é como quem diz: «Se eles lá
continuarem, é isto que vai acontecer». Ora, esse cenário central do «se eles lá continuarem» dizia que, em
2016, iríamos ter 1,7% de crescimento…
Vozes do CDS-PP: — Ah…!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Ah, que coisa extraordinária!
Como estava a dizer, esse cenário central referia que, em 2016, iríamos ter 1,7% de crescimento, ou seja,
acima daquilo que os senhores conseguiram, os 1,4%, e que, em 2017, iríamos ter 1,7%, ou seja, um valor
acima daquilo que os senhores previram no Orçamento do Estado, os 1,5%.
Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, lamento, mas é minha função — e eu não a declino —, de todas as vezes
que aqui vem, confrontá-lo com as suas escolhas e com as suas opções.
E, já agora, queria lembrar que, de facto, o senhor incumpre radicalmente a sua promessa — e isso também
é extraordinário e eu gostava de saber o que é que o PCP e o Bloco de Esquerda dizem — quando assume mea
culpa de uma redução brutal do investimento público.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!