O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 72

22

Uma segunda reflexão é sobre a colaboração entre os serviços de informações e a credibilidade internacional

destes serviços.

Uma terceira reflexão é sobre a cooperação entre as forças e os serviços de segurança.

Por último, é necessário uma reflexão no sentido de pensarmos e sabermos se nós, em Portugal, já fizemos

tudo o que podemos para estar preparados para qualquer eventualidade, que, felizmente, não ocorreu e que,

obviamente, todos desejamos muito que não venha a ocorrer.

É certo que Portugal tem estado a salvo, mas não é menos verdade que o Relatório Anual de Segurança

Interna (RASI), apresentado a este Parlamento há meia dúzia de dias, nos refere que, em Portugal, relativamente

a este risco, os fatores estão alterados, que há sinais de movimentações e que o País tem de estar preparado

para poder responder a uma situação deste tipo.

Sr.as e Srs. Deputados, sublinho e deixo muito claro, sem nenhum alarmismo, que é evidente que não

queremos pôr a discussão em termos de prescindir de liberdade para ter mais segurança. O que queremos

saber é que segurança temos de ter, dentro do possível e do razoável, para podermos continuar a viver em

liberdade,…

Aplausos do CDS-PP.

… para que não aconteça como aconteceu a uma mãe, casada com um português, que ia buscar os seus

filhos a Londres ou a crianças e jovens que estavam no metro de São Petersburgo ou a jovens que foram a um

espetáculo em Paris. É isso que nós não queremos!

O CDS apresentou um conjunto de projetos que têm a ver com a realidade dos nossos aeroportos e das

nossas fronteiras externas.

De entre esse conjunto de projetos que apresentamos, um, visa saber se os nossos aeroportos têm planos

de segurança eficazes, outros têm a ver com a nossa fronteira marítima, com a existência de planos para todas

as nossas infraestruturas críticas — é indispensável termos planos para todas as infraestruturas críticas —, com

a melhoria da realidade do policiamento de proximidade — sabemos que este tipo de acontecimentos, mais do

que serem combatidos, podem ser prevenidos e, portanto, é preciso que as nossas forças e serviços de

segurança estejam preparados para isso — e, mais importante, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, lançamos

e colocamos em cima da mesa a célebre questão dos metadados. É um dos sete projetos que apresentámos e

que, brevemente, teremos ocasião de discutir.

O que está em causa com os metadados? Que os nossos serviços de informações tenham acesso a dados

financeiros, a dados fiscais, a dados de comunicações de suspeitos de terrorismo. É isto que está em causa.

Não estão em causa as escutas. Há muitos serviços de informações por essa Europa fora que têm direito e

acesso a escutas. Todos, repito, todos, na Europa, têm acesso a metadados. Portugal é o único país na Europa

em que os serviços de informações não têm acesso a metadados.

O Governo anterior apresentou uma proposta que não passou porque foi declarada inconstitucional, mas, na

minha opinião e numa leitura estrita, todos sabemos o que é preciso fazer para alterar essa matéria, todos

sabemos que existem caminhos para resolver esse problema. O CDS já pôs a sua proposta em cima da mesa,

já entregámos a nossa proposta.

O que queremos saber aqui, hoje, é se vai haver ou não resposta em relação a essa matéria.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Há quase um ano e meio que perguntamos ao Governo e a verdade é

que há um ano e meio que o Governo nos diz que está a estudar e a ponderar.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Em Plenário e em sede de Comissão, já perguntei à Sr.ª Ministra da Administração Interna — para mais uma

jurista qualificada! — se o Governo vai apresentar uma solução. Diz que está a ponderar, diz que está a estudar.