6 DE ABRIL DE 2017
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Nos últimos anos, fiz, designadamente, todos os debates relativos aos relatórios de segurança interna,
propusemos várias iniciativas legislativas, algumas delas sobre o Estatuto das forças de segurança, com as
quais, curiosamente, o Sr. Deputado até devia congratular-se — aliás, na passada sexta-feira foram aprovadas
a vossa proposta e a nossa, e já era uma preocupação antiga.
Portanto, Sr. Deputado, pedia-lhe que, desse ponto de vista, fosse mais justo.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Em relação à questão dos metadados, gostaria de saber qual é a vossa
posição. Porque, repare — e, mais uma vez, repito —, embora pudéssemos estar a falar de escutas, não
estamos a falar de escutas, mas, sim, de dados de tráfego. Queremos saber, por exemplo, se, em relação a um
suspeito de terrorismo que entra em Portugal e faz uma série de chamadas, os nossos serviços de informações
podem saber para quem é que ele telefonou. É tão simples quanto isto. Sabendo para quem é que ele telefonou
e com quem é que ele contatou é que poderemos chegar a uma célula, a uma rede ou a fenómenos de
radicalização. É a isso que queremos dar acesso, e os senhores foram contra. Mudaram ou não de opinião?
Sr. Deputado Fernando Anastácio, o Governo diz que está disponível para resolver, mas, Sr. Deputado, já
vai muito tempo para resolver. A Sr.ª Ministra anda há um ano a dizer que está a estudar o assunto. É muito
estudo, muito estudo, muito estudo, e produção zero!
Mas não é tão complicado quanto isso. Olhe, o CDS apresentou um projeto, que vale a pena ler e é pela
positiva. Sabe como é? Uma secção penal do Supremo, três juízes. Um pedido fundamentado dirigido a um
procurador limitando o objeto desse mesmo pedido, a seção penal do Supremo decide. Acho que está resolvido
o problema de constitucionalidade, não há outro caminho. E vai ver que vão chegar a esse! Mas, Sr. Deputado,
acabem de estudar.
Tal como a questão do aeroporto. Quatro incidentes seguidos, de cidadãos que desaparecem no aeroporto
e que vão para aqui ou que vão para ali. Os senhores continuam a estudar e o plano não aparece.
O Sr. Deputado perguntou onde é que está a política positiva. Sr. Deputado, nós apresentámos sete
iniciativas e o tema é: segurança, combate à alta criminalidade, à criminalidade transnacional e ao terrorismo.
Apresentámos sete iniciativas! Quer mais positivo do que isto? Apresentámos iniciativas sobre segurança nos
aeroportos, sobre infraestruturas críticas, sobre policiamento de proximidade, sobre nacionalidade, sobre
metadados… Apresentámos sete projetos diferentes. Somos coerentes, de resto, com aquilo que dizemos: não
nos limitamos a criticar e vamos pela positiva.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Ora bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — O Sr. Deputado diz: «Bom, eu sobre isso não tenho nada a dizer, não
tenho nada a propor, nem tenho ainda resposta. Portanto, falo de outra coisa, falo do resto do RASI». Sr.
Deputado, eu citei o RASI apenas no que se refere ao terrorismo, ainda não discuti o RASI. Mas cá estaremos
no próximo dia 13, com a Sr.ª Ministra, para o discutir.
O Sr. Deputado irá falar dos números baixos da criminalidade. É uma tendência que vem de trás, é uma
tendência boa e positiva para o nosso País, não diremos o contrário. Eu, apesar de tudo, vou falar de viaturas
paradas no Porto, de problemas com os fardamentos na GNR e da incapacidade do Governo em resolver muitos
problemas. Mas estamos cá para os discutir.
Neste momento, estamos a falar de preocupação com o terrorismo, de combate ao terrorismo e em melhorar
os mecanismos de segurança. É aí que estamos focados.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Sandra Cunha.
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Telmo Correia, o Bloco de Esquerda condena,
evidentemente, todos os ataques terroristas — os ataques de Paris, de Nice, de Bruxelas, de Londres, de São