6 DE ABRIL DE 2017
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O Sr. António Costa Silva (PSD): — Fizemos pouco, podem dizer! Mas, Srs. Deputados que apoiam este
Governo, digam-nos lá um equipamento que têm para mostrar!
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Não têm nada para mostrar no distrito de Évora!
Termino, Sr. Presidente, dizendo que a governação do PSD com o CDS tem muito orgulho naquilo que fez
no Alentejo e tem muito para mostrar.
Os senhores estão há 17 meses a governar e não têm nada para mostrar ao distrito de Évora!
Aplausos do PSD e do Deputado do CDS-PP Filipe Lobo d’Ávila.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Srs. Deputados, vamos entrar no terceiro ponto da nossa ordem
de trabalhos, que consiste na discussão da petição n.º 187/XIII (2.ª) — Proteção do Forte de Peniche da
concessão a privados (José Pedro Correia Soares e outros) e dos projetos de resolução n.os 542/XIII (2.ª) —
Preservação da memória e da história do Forte de Peniche (BE), 785/XIII (2.ª) — Recomenda ao Governo a
preservação, a conservação e a dignificação da Fortaleza de Peniche (PS) e 790/XIII (2.ª) — Recuperação,
requalificação e valorização do Forte de Peniche (PCP).
Para intervir, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Campos, do Bloco de Esquerda.
O Sr. Jorge Campos (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quero, naturalmente, saudar os
peticionários e, se me permitem, começar por uma nota pessoal
Este Deputado que agora vos fala guarda entre as mais vivas memórias da infância as visitas a um familiar
preso no Forte de Peniche e um dos protagonistas da mais célebre evasão das prisões do fascismo em 1960.
Esse homem conheceu, aliás, todas as prisões políticas do País! Não foi caso único. Bem pelo contrário,
tantas e tantas famílias conheceram situações semelhantes.
O Forte de Peniche tem uma longa história. A construção principiou em meados do século XVI, mas só foi
concluída cerca de um século mais tarde. Ao longo dos anos foi objeto de diversas utilizações: foi uma fortaleza
inexpugnável, mais tarde, uma prisão de alta segurança. Hoje é, indubitavelmente, um símbolo da resistência.
Por isso, é em função dessa marca identitária, sem esquecer o conjunto do histórico adquirido, que, no entender
do Bloco de Esquerda, deve ser equacionado.
A reabilitação urgente de que carece exige o diálogo entre as populações e aquilo que o monumento
representa no processo de consciencialização da importância dos valores patrimoniais, o que, evidentemente,
afasta qualquer tentativa de apagar ou diluir a história a favor de negócios desfasados desse intuito.
Em matéria de reabilitação do património, o Bloco de Esquerda encara diversas possibilidades, todas elas
baseadas no rigor e no respeito pela identidade e a salvaguarda da memória.
Escreveu Bertolt Brecht: «Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são
melhores e há os que lutam muitos anos e são muito bons, mas há os que lutam toda a vida e esses são
imprescindíveis». Pois é a esses, aos que lutaram, de diferentes quadrantes político-ideológicos, que queremos
fazer justiça.
É nesse sentido que vai o projeto do Bloco de Esquerda de transformar o Forte de Peniche num polo de
múltiplas valências articuladas com a centralidade da memória da resistência.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, em nome do Grupo Parlamentar do Partido
Socialista, a Sr.ª Deputada Odete João.
A Sr.ª Odete João (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em nome do Grupo Parlamentar do
Partido Socialista, saúdo os subscritores desta petição e congratulo-os pela sua participação cívica nesta
iniciativa.