14 DE ABRIL DE 2017
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Neste momento, a indexação na PIIC (Plataforma para o Intercâmbio de Informação Criminal) está a níveis
nunca antes vistos. Ou seja, esta Plataforma tem praticamente milhões e milhões de dados acessíveis a todas
as forças e serviços de segurança. No último ano, houve um enorme desenvolvimento desta Plataforma, o que
também é essencial para o intercâmbio de informações.
A questão dos metadados é importantíssima e é preciso esclarecer as pessoas de que não se está a falar
do conteúdo das comunicações, pretende-se apenas saber se A falou com B e estabelecer algumas conexões
de intelligence. Os serviços de informação nunca terão acesso ao conteúdo das mensagens, não se trata de
escutas.
Aplausos do PS.
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — Sr. Presidente, dá-me licença que use da palavra para fazer uma
interpelação à Mesa?
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Faça favor.
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — Sr. Presidente, para que a falta de verdade não passe impune num
debate com esta natureza, gostaria de solicitar à Mesa que fosse distribuído a todos os grupos parlamentares
um excerto da nota explicativa do Orçamento do Estado para 2016, que refere que durante o ano de 2016 vão
ser incorporados 800 agentes da PSP, o que contraria frontalmente o que a Sr.ª Ministra disse há pouco neste
debate.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Será distribuído logo que chegue à Mesa, Sr. Deputado.
Para formular perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sandra Cunha.
A Sr.ª SandraCunha (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra da Administração Interna, refiro-me agora a um
outro assunto que tem a ver com uma inexplicável desigualdade de tratamento relativamente aos cursos de
formação e progressão na Guarda Nacional Republicana.
Sem que se perceba muito bem porquê, desde 2013 — estava em funções o Governo PSD/CDS —, os
cursos de formação de sargentos, especificamente os da GNR, não têm sido objeto do despacho de que
necessitam, tal como tem acontecido nas restantes categoria. A que é que isto conduz? Conduz a que, sem
despacho, ainda que os cursos se iniciem, estes elementos não têm, depois, despachos para graduação e, não
tendo despachos para graduação, não têm, depois, a respetiva valorização remuneratória referente ao posto de
sargento para o qual estudaram e foram formados.
Em 2014, este despacho surgiu, mas, desde 2013, os despachos vieram sempre com atraso e apenas sob
grande pressão das associações socioprofissionais.
O que aconteceu foi que, por exemplo, em relação aos 72 elementos do curso de 2014, que terminou em
setembro de 2016, embora tenha havido um despacho a garantir a antiguidade desde a altura em que foram
graduados, como esse despacho não garante, evidentemente, a atualização remuneratória, eles estão há sete
meses a perder dinheiro, estão a perder a sua remuneração e não vão conseguir recuperá-la.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Portanto, Sr.ª Ministra, pergunto-lhe qual a solução que tem para este tipo de
problema e que garantias serão dadas para que isto não volte a acontecer. E já, agora, qual a explicação para
isto acontecer só para os cursos de sargentos e não para as outras categorias?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Administração
Interna.