14 DE ABRIL DE 2017
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Ministra, mas não chega estar em resolução, tem de calendarizar, tem de dar datas, tem de dar tempo, porque
é essa a sua obrigação e não a nossa.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra a Sr.ª Ministra da Administração Interna.
A Sr.ª Ministra da Administração Interna: — Sr. Presidente, quando à lei sindical, mais uma vez, em sede
de especialidade, manifesto a minha inteira disponibilidade para negociar com o Sr. Deputado, se quiser. Mas a
Assembleia da República também deve assumir as suas responsabilidades, até porque, apesar de tudo, trata-
se de uma lei da Assembleia da República.
Em matéria escolar, de facto, a questão da criminalidade ou da violência em ambiente escolar é preocupante
e, por isso, reativámos o grupo de trabalho, que existiu em tempos, coordenador do Programa Escola Segura,
que os senhores desativaram não sei porquê e que, agora, voltámos a ativar, precisamente, para avaliar que
medidas poderemos implementar.
Quanto à questão das zonas urbanas sensíveis em alguns territórios, recordo que na região de Lisboa e
também na do Porto temos vários contratos locais de segurança – o MAI Bairro –, que incidem sobre esses
bairros para a eliminação de fatores criminógenos, para tentar reduzir a violência, a criminalidade e, sobretudo,
a delinquência juvenil nesses bairros e nessas zonas sensíveis.
Quanto às viaturas do Porto, é um facto que tiveram uma percentagem de inoperacionalidade de 50%, que
se deveu não só ao seu estado, mas, sobretudo, a uma enorme falta de capacidade de resposta das empresas
que foram contratadas através de um contrato plurianual da responsabilidade do Governo anterior e, agora,
vamos ter de lançar novo contrato de uma forma mais inteligente, porque o critério do preço mais baixo conduz
a que empresas, sem qualquer tipo de capacidade, ganhem esses concursos e, depois, incumprem – com
sanções é certo, mas incumprem –, mas, neste momento, posso dizer-lhe que o índice de inoperabilidade, no
Porto, está em 20%.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra, para uma intervenção o Sr. Deputado Jorge
Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Sr.as e Srs. Deputados: Sr.ª Ministra, acho que
não estarei a dar novidade nenhuma a esta Assembleia da República se afirmar que o Governo não participa
na discussão em sede de especialidade dos diplomas.
Portanto, quanto à lei da liberdade sindical gostaria de dizer que, da parte do Grupo Parlamentar do PCP,
estamos completamente disponíveis para avançar para a discussão na especialidade. Se PSD e CDS-PP
querem resolver os problemas que a proposta de lei tinha, muito bem cá, estamos disponíveis para os resolver,
vamos lá resolvê-los e avançar com a resolução de mais um dos problemas que se colocam no nosso País..
Sr.ª Ministra, a pergunta que queria colocar diz respeito ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios
Florestais, o DECIF, de 2017. O dispositivo foi ontem anunciado e suscitou-nos várias dúvidas, pelo que implica
uma melhor caracterização e explicação por parte da Sr.ª Ministra.
Como se vai operacionalizar, quais são e onde estão os meios que se pretende serem alocados ao
dispositivo? Também convém clarificar qual é o papel que os bombeiros vão desempenhar nesta articulação,
porque isso não ficou claro no anúncio que ontem foi feito, o que apanhou de surpresa algumas estruturas, e,
da nossa parte, importava que houvesse clareza.
Sr.ª Ministra, uma outra questão que gostaríamos de colocar tem a ver com as dívidas às associações
humanitárias de bombeiros voluntários relativas ao DECIF de 2016. É que há exemplos como o da corporação
dos Bombeiros Voluntários de Benavente, mas não só, existem outras corporações na mesma situação, que
têm pagamentos em atraso, o que, naturalmente, tem reflexos no dia-a-dia destas corporações. Importava
resolver este problema para que se parta para o DECIF de 2017 com as corporações sem este problema
financeiro entre mãos.